Teologia da Prosperidade
“A teologia da prosperidade está mesmo funcionando para os líderes, eles sim, estão cada vez mais ricos”
Ariovaldo Ramos – Presidente da Visão Mundial no Brasil
Com gratidão ao autor, publicamos a seguir, um artigo do Padre Inácio José do Vale, Professor de Teologia Sistemática na Faculdade de Teologia de Volta Redonda(RJ).
O Poeta alemão, Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), autor da mais célebre das versões do mito de Fausto, o homem que vende sua alma ao demônio em troca da suprema excelência em sua profissão, e também por alguns prazeres, especialmente o de administrador do ducado de Wilmar durante anos, de modo que, quando acrescentou em 1832, no fim da vida, alguns capítulos novos de Fausto que começou a escrever 60 anos antes, aplicou lições que aprendeu em sua experiência como espécie de autoridade monetária.
Num desses capítulos novos, há uma cena antológica e de exame obrigatório nas escolas de economia: “Mefistófeles se apresenta ao imperador numa terça-feira de Carnaval, e o encanta com as maravilhas do papel-moeda.
Embevecido o imperador ordena a seus artesãos que multipliquem os tais papéis, que circulam, “rápidos e festivos como raios de primavera”, trazendo prosperidade, desenvolvendo para o reino, porém apenas de forma fugaz. Tudo era falso como as fantasias de carnaval e de Mefistófeles. Segue-se a inflação, a crise e o sofrimento. O imperador havia sido enganado, como Fausto, ao abdicar de valores permanentes, a alma, em troca de realizações efêmeras1.
Estamos vivendo a era religiosa de Fausto. Muitos líderes religiosos estão vendendo a alma ao demônio do dinheiro, da ganância e da fama em troca da luxuria e do poder terreno. É a inversão dos valores éticos da teologia Apofática e Teândrica pela Teologia da Prosperidade.
Nossa era está sendo marcada por uma prática religiosa escandalosa sem precedentes. Estamos vivendo a era de falsas teologias, de efêmeras igrejas, de pastores fugazes e de crentes desvalorizados. Esse tipo de religiosidade é pior que “reality shows”.
Como disse Ariovaldo Ramos ” A Igreja evangélica brasileira está sendo alvo de várias tentativas de golpe e não pode capitular à ganância dos maus pastores que vêem nela um trampolim para a riqueza, para a fama e para o poder; à ganância dos que nela vêem um mercado a ser desenvolvido e explorado”2.
O Bispo e teólogo Robinson Cavalcanti disse: “Creio ter vindo o suficiente para presenciar o crescimento decadente do protestantismo brasileiro – seu abandono, quase por completo, das fontes reformadas; sua adoção e práticas do pragmatismo secular, a intolerância do exclusivo fundamentalista; e a suprema ironia da adoção de pontos de vista católico-romano, quando mais alta seja a retórica da sua pregação”3.
Na década de 60, surge nos Estados Unidos a filosofia da prosperidade através dos ensinos budistas e taoístas. O filosofo Dr. Essek W. Kenyon (1867-1948), foi o mentor de transportá-la para o meio cristão. Na década de 70, a filosofia da prosperidade virou teologia da prosperidade, tendo como seu maior expoente o pregador americano Kenneth Hagin.
A cantora americana pop-star Madonna disse: “Nós americanos, somos obcecados por valores totalmente errados, como ser bonito, ter dinheiro no banco, sem bem sucedido”.
O pensamento de Madonna define muito bem a teologia da prosperidade. É de maneira mais completa a do psicanalista inglês Adam Phillip. “No século XIV, se as pessoas fossem interrogadas sobre o que queriam na vida, diriam que buscavam a salvação divina. Hoje a resposta é “ser rico e famoso”. Existe uma espécie de culto que faz com que as pessoas não consigam enxergar o que realmente querem da vida”.
O apóstolo Paulo disse: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo (Cl 2.8)”
O ensino da teologia da prosperidade que o crente não adoece e tem o poder de conseguir tudo por determinação e decreto, é puro engano e heresia. Tal ensino não é segundo Cristo, e sim segundo a esperteza de falsos pastores (Is 56.11 ; Fl 3.2 : Ap 21,8).
O ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo para os verdadeiros pastores e cristãos é, segundo o grande teólogo suíço Urs von Balthasar (1905-1988), “uma decisão por Cristo que comporta inelutavelmente a aceitação da morte e do martírio. O Cristão se engana e é infiel à sua fé se não concebe a vida como uma resposta de amor ao amor Divino que se manifesta em sua glória através do Kenosis sobre a cruz. É a cruz que nos torna plenamente disponíveis á missão de estabelecer o reino de Cristo em meio aos homens”4.
Para os verdadeiros seguidores de Jesus Cristo, as beatitudes de Mt 5,1-12 são suficientes para a glória do martírio.
Estamos vivendo uma crise moral em todos os contextos sociais. É muito triste essa crise na igreja legitimada pela teologia liberal e da prosperidade. Luzia Nagib Eluf, procuradora da Justiça e autora de “A Paixão no banco dos réus”, disse: “Estamos num mundo que valoriza a ostentação, consumismo desenfreado e neurotizante. Se não há outros valores que não sejam o dinheiro e a gratificação imediata, pelo consumismo ou pelo sexo, não se pode esperar respeito por nada ou por ninguém”5
Ultimamente, muitas organizações e até pessoas começaram a utilizar um método muito eficiente de proselitismo: o “evangelho do enriquecimento”. Muitas igrejas, pregadores, esotéricos e afins dizem: “Vem para cá e tu ficarás rico” ou ” ouve os testemunhos”. Então é elencada ostensivamente uma relação de bens adquiridos.
É o que Ari Pedro Oro, autor do livro “Avanço pentecostal e a reação Católica” (Editora Vozes) chama “Teologia da prosperidade”; e de efeito multiplicador. A “teológica da prosperidade” é uma tática de proselitismo extremamente eficiente e tentadora porque vai ao ponto vulnerável: o consumismo, a vaidade. A indústria moderna põe no mercado bens que a população, de mentalidade consumista, geralmente não consegue adquirir. Esta demanda reprimida é que faz com que os pobres vislumbrem nesta versão do evangelho uma possibilidade de satisfação individual, até mesmo pela influencia dos testemunhos televisionados. É apresentado um Deus mercador da felicidade, um Jesus na forma de gênio da lâmpada. A idéia de “efeito multiplicador”, conforme chama Ari Pedro Oro, é um chamariz eficientíssimo. Lembra-nos a prática dos sacrifícios pagãos, que eram feitos em troca de alguma vantagem.
Este efeito assemelha-se a uma hipotética aplicação financeira mais rentável do que as concorrentes: as pessoas venderiam seus bens para ali aplicar. As Igrejas tradicionais pediam dinheiro e estimulavam o dízimo, contudo não criavam nos contribuintes a expectativa de que as suas contribuições os fariam ricos. As novas igrejas conseguiram conciliar a ganância material dos crentes com seus anseios espirituais: o mesmo que faziam os adoradores do deus pagão mamom. As suas orações e suas ofertas são quase uma transação comercial. Deram um respaldo espiritual ao materialismo: estimulando à semelhança de Satanás que ofereceu o mundo a Jesus (Mt 4, 8-11). Os testemunhos televisionados, referentes ao enriquecimento para estimular a cobiça dos crentes, servem também para “massagear-lhes o ego” (dizendo “você mereceu ficar rico”).6
Para uma meditação abissal:
“Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele.Tendo, porém sustento, e com que nos cobrimos, estejamos com isso contentes. Mas, os que querem ser ricos caem em tentação e em laços e, em muita concupiscência louca e nociva, que submergem os homens na perdição e ruína; porque o amos ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e com muitas dores (1 Tm 6, 6-10).
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1 Gustavo Franco – Veja 28/5/03 – pág 34;
2 Ariovaldo Ramos – Nossa Igreja Brasileira: uma opção sobre a história recente, São Paulo: Hagnos, 2002, pags 20 e 37;
3 Robinson Cavalcanti – Ultimato, Maio-Junho 2003 – Pag, 49
4 Batista Mondin – Os grandes Teólogos do século Vinte: Teologia;
5 Luiza Nagib Eluf – Ultimato, Maio-Junho 2003 – pag 22;
6 D.Estevão Bettencourt,OSB – Boletim Ontem, hoje e sempre – Março-Abril 2003 Pag 5
Publicado na revista “Pergunte e Responderemos” – Ano XLVII – Novembro 2007 – nº 545
Eis um assunto da atualidade. Espero que esse artigo possa cativar você, caro leitor, para buscar estudar um pouco mais sobre esse assunto muito difundido em nosso país nas últimas décadas.
A “Teologia da Prosperidade”, propagada hoje no Brasil por alguns segmentos religiosos dos ditos “evangélicos”, tem ressaltado que seguir a Jesus é automaticamente candidatar-se a uma vida de sucesso financeiro, de projeção social e quase imunidade a qualquer tipo de sofrimento. Afirmam que, ao abraçar a fé, as pessoas serão poupadas das dificuldades, terão suas dívidas saldadas, seus problemas familiares se resolverão imediatamente, dentre outros.
Na verdade, até mais do que isto, segundo tal proposta, todo cristão tem o direito de reivindicar e até exigir de Deus a satisfação de seus desejos pessoais. E tal projeção não corresponde ao ideal cristão, pois Deus, segundo o Cristianismo, dá a Graça a todos e cabe à Criatura ser fiel ao seu Criador e não vice-versa. Deus ama a sua criatura, mas não tem “obrigação” de realizar quaisquer pedidos dos homens. Para argumentar sua distinta doutrina, eles interpretam alguns textos bíblicos como Gênesis 17.7, Marcos 11.23-24 e Lucas 11.9-10, pois os que são verdadeiramente fiéis a Deus devem desfrutar de uma excelente situação na área financeira, na saúde, etc. Tal modo de interpretação traz alguns questionamentos.
Segundo o doutorando em História pela UNESP Wander de Lara Proença, a “teologia da prosperidade está trazendo o celeste porvir para o terrestre presente. Para comermos a melhor comida, para vestirmos as melhores roupas, para dirigirmos os melhores carros, para termos o melhor de todas as coisas, para adquirirmos muitas riquezas, para não adoecermos nunca, para não sofrermos qualquer acidente, para morrermos entre 70 e 80 anos, para experimentarmos uma morte suave.”
Segundo o autor Ricardo Mariano, “uma das formas que originaram tal teologia foi o grupo Neopentecostal, que começa na segunda metade da década de 1970 e ainda se encontra em processo de crescimento. Fenômeno comum a todo o continente americano, seus líderes são, na maioria, pregadores nacionais. Com o uso intenso da mídia eletrônica (que também é denominada de televangelismo), este período se caracteriza pela consolidação do pentecostalismo como força social e política.” Programas de rádio e de televisão, revistas, propagandas nas ruas e uma infinidade de segmentos religiosos espalhados pelos quatro cantos do país divulgam e cativam o coração de milhares de pessoas, as quais buscam não o divino, mas o fim das suas provações.
Essa teologia afirma que Deus concede riqueza e bens materiais a quem Lhe é fiel e paga o Dízimo com generosidade; mas esta concepção está mal fundamentada. Todos os católicos devem dar a sua contribuição material à Igreja para que ela possa prover suas necessidades materiais; isto é ensinado pelo Catecismo da Igreja Católica (CIC) no nº2043:
§2043 – "Os fiéis cristãos têm ainda a obrigação de atender, cada um segundo as suas capacidades, às necessidades materiais da Igreja. O quinto mandamento [da Igreja] ("Ajudar a Igreja em suas necessidades") recorda aos fiéis que devem ir ao encontro da necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as próprias possibilidades (CDC, cân. 222)".
Nem o Catecismo nem outro documento da Igreja Católica obrigam que o dízimo seja 10% do salário, embora muitos adotem isto na prática, o que é bonito. Mas o dízimo não pode ser uma troca com Deus; deve ser uma doação generosa de quem O ama gratuita e desinteressadamente. O dízimo também pode ser ofertado não em parte monetária, mas em serviço. Um exemplo seria o eletricista tirar um dia de seu trabalho para doar para a igreja para possíveis reparos ou um médico que uma vez por mês se dedica em atender gratuitamente pessoas de sua comunidade na paróquia. Vemos que para a Igreja Católica, dizimo não é sinônimo apenas de dinheiro.
Os seguidores da teologia da prosperidade acham que nós temos direito de reivindicarmos o que quisermos de Deus, esquecendo da soberania divina do criador. Bem, ao estudarmos a Bíblia vemos que Jesus de Nazaré veio pregar um novo modo de vida, pois a sociedade da época estava amplamente em pecado. Dessa forma, Jesus pregou uma mudança total de vida para que as pessoas pudessem entrar “na casa de meu Pai”, como ele mesmo assinalava.
Entendendo o Novo Testamento nesse viés, Jesus em nenhum momento de pregação ou ensinamento se mostrou favorável a que as pessoas tivessem amplas posses ou posições privilegiadas. Nota-se que ele sempre assinalou que seus seguidores se preocupassem com o “outro mundo” e não com a vida terrena.
Segundo o professor Felipe Aquino, pessoas bem intencionadas, às vezes desesperadas com os seus problemas, dão o que têm e, às vezes, o que não têm a essas "igrejas", e depois ficam, muitas vezes, em situação pior ainda. Não é esta a vontade Deus; Jesus alertou: "Cuidado com os falsos profetas... pelos seus frutos os conhecereis". (Mt 7,15-16)
“Esta estrutura de pensamento pode ser encontrada nos livros do bispo Edir Macedo, fundador e principal líder da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus). Além da Igreja Universal do Reino de Deus, fundada em 1977, e que já possui seguidores em diversos países da América latina e da Europa, no Brasil a Teologia da Prosperidade é absorvida também pelas Igrejas Renascer em Cristo, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, Nova Vida, Bíblica da Paz, Cristo Salva, Cristo Vive, Verbo da Vida, Nacional do Senhor Jesus Cristo e pelas organizações Adhonep, Missão Shekinah e Internacional da Graça de Deus, todas elas com representantes em outros países da América Latina e da península Ibérica” [1]
A mídia, muitas vezes, através de tais programas, mostram pessoas humildes que tinham perdido tudo, que estavam a beira da morte, que estavam na ruína, que eram muitas delas Católicas Romanas, mas que, ao ingressar em tais denominações religiosas, suas vidas mudaram e prosperaram. Que ali eles acharam Jesus e agora eles são felizes. Essa é uma forma que tal teologia é divulgada.
Bem, eis algumas passagens bíblicas que ressaltam que os fiéis devem largar a vida terrena em prol do Reino de Deus:
“Então, os apóstolos lhes impunham as mãos e recebiam estes o Espírito Santo. Vendo, porém, Simão que, pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o Espírito Santo, ofereceu-lhes dinheiro, propondo: Concedei-me a mim este poder. (...) Pedro, porém, replicou: Pereça teu dinheiro e tu com ele.”(At 8:17-18)
"Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz a cada dia e me siga. Porque quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á"(Lc 9,23-24).
"É para a vossa educação que sofreis: Deus vos trata como filhos. Qual é, com efeito, o filho cujo pai não educa? Se sois privados da educação da qual todos participam, então sois bastardos e não filhos". (Hb 12, 7s)
"A piedade é de fato grande fonte de lucro, mas para quem sabe se contentar. Pois nada trouxemos para o mundo, nem coisa alguma dele poderemos levar. Se, pois, temos alimento e vestuário, contentemo-nos com isso. Ora, os que querem se enriquecer caem em tentação e cilada, e em muitos desejos insensatos e perniciosos que mergulham os homens na ruína e na perdição. Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro, por cujo desenfreado desejo alguns se afastaram da fé, e a si mesmos se afligem com múltiplos tormentos". (1Tm 6,5-10)
“É por isso que não desfalecemos. Ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior se renova de dia para dia. A nossa presente tribulação momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável”. (2 Cor 4, 16-17)
“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; vós tereis que sofrer neste mundo, mas tende coragem eu venci o mundo! (Jo 16, 33)
- CONCUSÃO
Concluo que Jesus de Nazaré em nenhum momento de sua pregação propôs riqueza nem prosperidade aos seus seguidores. Propôs a salvação de suas almas àqueles que fossem fiéis a sua doutrina. Somente observando essas passagens acima temos certeza que o Jesus não assinalou que as pessoas não deveriam sofrer ou não passar por problemas. E esse é o ponto mais elevado dessa nossa Teologia pós-moderna.
Enfatizo que os fiéis precisam ter um censo crítico para saber diferenciar e entender a palavra de Deus. Se, mesmo assim, quiserem ingressar na Teologia da Prosperidade, que o façam de forma consciente. Assim, não serão levadas como um grupo de ovelhas perdidas no meio do campo.
Reflitam nisso.
- Fontes Consultadas
- [1] informação advinda do artigo: Os pentecostais: entre a fé e a política. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882002000100006#top31. Acesso em 10 jan. 2009.
- PROENÇA, Wander de Lara. O Evangelho da Cruz e a Teologia da Prosperidade (Artigo). In: http://www.pesformosos.org/?pg=ver_artigo&id=176. Acesso em 23 ago. 2008.
- NETO. Francisco Belvedere. Ventos de Doutrinas - Modismos e Heresias Ameaçam Igrejas Brasileiras (Artigo). In: http://www.cacp.org.br/estudos/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=453&menu=7&submenu=4. Acesso em 28 ago. 2008.
- Artigo: “O grande engano da 'Teologia da Prosperidade” in: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=4503. Acesso em 10 jan. 2009.
- MARIANO, Ricardo. Os pentecostais e a teologia da prosperidade. In Novos Estudos. São Paulo: CEBRAP, 1996, nº 44.
- GALINDO, Florencio. O fenômeno das seitas fundamentalistas. Petrópolis: Vozes, 1995.
- CAMPOS, Leonildo. Teatro, templo e mercado; organização e marketing de um empreendimento pentecostal. Petrópolis/São Paulo, Vozes/UMESP, 1999.
Ariovaldo Ramos – Presidente da Visão Mundial no Brasil
Com gratidão ao autor, publicamos a seguir, um artigo do Padre Inácio José do Vale, Professor de Teologia Sistemática na Faculdade de Teologia de Volta Redonda(RJ).
O Poeta alemão, Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), autor da mais célebre das versões do mito de Fausto, o homem que vende sua alma ao demônio em troca da suprema excelência em sua profissão, e também por alguns prazeres, especialmente o de administrador do ducado de Wilmar durante anos, de modo que, quando acrescentou em 1832, no fim da vida, alguns capítulos novos de Fausto que começou a escrever 60 anos antes, aplicou lições que aprendeu em sua experiência como espécie de autoridade monetária.
Num desses capítulos novos, há uma cena antológica e de exame obrigatório nas escolas de economia: “Mefistófeles se apresenta ao imperador numa terça-feira de Carnaval, e o encanta com as maravilhas do papel-moeda.
Embevecido o imperador ordena a seus artesãos que multipliquem os tais papéis, que circulam, “rápidos e festivos como raios de primavera”, trazendo prosperidade, desenvolvendo para o reino, porém apenas de forma fugaz. Tudo era falso como as fantasias de carnaval e de Mefistófeles. Segue-se a inflação, a crise e o sofrimento. O imperador havia sido enganado, como Fausto, ao abdicar de valores permanentes, a alma, em troca de realizações efêmeras1.
Estamos vivendo a era religiosa de Fausto. Muitos líderes religiosos estão vendendo a alma ao demônio do dinheiro, da ganância e da fama em troca da luxuria e do poder terreno. É a inversão dos valores éticos da teologia Apofática e Teândrica pela Teologia da Prosperidade.
Nossa era está sendo marcada por uma prática religiosa escandalosa sem precedentes. Estamos vivendo a era de falsas teologias, de efêmeras igrejas, de pastores fugazes e de crentes desvalorizados. Esse tipo de religiosidade é pior que “reality shows”.
Como disse Ariovaldo Ramos ” A Igreja evangélica brasileira está sendo alvo de várias tentativas de golpe e não pode capitular à ganância dos maus pastores que vêem nela um trampolim para a riqueza, para a fama e para o poder; à ganância dos que nela vêem um mercado a ser desenvolvido e explorado”2.
O Bispo e teólogo Robinson Cavalcanti disse: “Creio ter vindo o suficiente para presenciar o crescimento decadente do protestantismo brasileiro – seu abandono, quase por completo, das fontes reformadas; sua adoção e práticas do pragmatismo secular, a intolerância do exclusivo fundamentalista; e a suprema ironia da adoção de pontos de vista católico-romano, quando mais alta seja a retórica da sua pregação”3.
Na década de 60, surge nos Estados Unidos a filosofia da prosperidade através dos ensinos budistas e taoístas. O filosofo Dr. Essek W. Kenyon (1867-1948), foi o mentor de transportá-la para o meio cristão. Na década de 70, a filosofia da prosperidade virou teologia da prosperidade, tendo como seu maior expoente o pregador americano Kenneth Hagin.
A cantora americana pop-star Madonna disse: “Nós americanos, somos obcecados por valores totalmente errados, como ser bonito, ter dinheiro no banco, sem bem sucedido”.
O pensamento de Madonna define muito bem a teologia da prosperidade. É de maneira mais completa a do psicanalista inglês Adam Phillip. “No século XIV, se as pessoas fossem interrogadas sobre o que queriam na vida, diriam que buscavam a salvação divina. Hoje a resposta é “ser rico e famoso”. Existe uma espécie de culto que faz com que as pessoas não consigam enxergar o que realmente querem da vida”.
O apóstolo Paulo disse: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo (Cl 2.8)”
O ensino da teologia da prosperidade que o crente não adoece e tem o poder de conseguir tudo por determinação e decreto, é puro engano e heresia. Tal ensino não é segundo Cristo, e sim segundo a esperteza de falsos pastores (Is 56.11 ; Fl 3.2 : Ap 21,8).
O ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo para os verdadeiros pastores e cristãos é, segundo o grande teólogo suíço Urs von Balthasar (1905-1988), “uma decisão por Cristo que comporta inelutavelmente a aceitação da morte e do martírio. O Cristão se engana e é infiel à sua fé se não concebe a vida como uma resposta de amor ao amor Divino que se manifesta em sua glória através do Kenosis sobre a cruz. É a cruz que nos torna plenamente disponíveis á missão de estabelecer o reino de Cristo em meio aos homens”4.
Para os verdadeiros seguidores de Jesus Cristo, as beatitudes de Mt 5,1-12 são suficientes para a glória do martírio.
Estamos vivendo uma crise moral em todos os contextos sociais. É muito triste essa crise na igreja legitimada pela teologia liberal e da prosperidade. Luzia Nagib Eluf, procuradora da Justiça e autora de “A Paixão no banco dos réus”, disse: “Estamos num mundo que valoriza a ostentação, consumismo desenfreado e neurotizante. Se não há outros valores que não sejam o dinheiro e a gratificação imediata, pelo consumismo ou pelo sexo, não se pode esperar respeito por nada ou por ninguém”5
Ultimamente, muitas organizações e até pessoas começaram a utilizar um método muito eficiente de proselitismo: o “evangelho do enriquecimento”. Muitas igrejas, pregadores, esotéricos e afins dizem: “Vem para cá e tu ficarás rico” ou ” ouve os testemunhos”. Então é elencada ostensivamente uma relação de bens adquiridos.
É o que Ari Pedro Oro, autor do livro “Avanço pentecostal e a reação Católica” (Editora Vozes) chama “Teologia da prosperidade”; e de efeito multiplicador. A “teológica da prosperidade” é uma tática de proselitismo extremamente eficiente e tentadora porque vai ao ponto vulnerável: o consumismo, a vaidade. A indústria moderna põe no mercado bens que a população, de mentalidade consumista, geralmente não consegue adquirir. Esta demanda reprimida é que faz com que os pobres vislumbrem nesta versão do evangelho uma possibilidade de satisfação individual, até mesmo pela influencia dos testemunhos televisionados. É apresentado um Deus mercador da felicidade, um Jesus na forma de gênio da lâmpada. A idéia de “efeito multiplicador”, conforme chama Ari Pedro Oro, é um chamariz eficientíssimo. Lembra-nos a prática dos sacrifícios pagãos, que eram feitos em troca de alguma vantagem.
Este efeito assemelha-se a uma hipotética aplicação financeira mais rentável do que as concorrentes: as pessoas venderiam seus bens para ali aplicar. As Igrejas tradicionais pediam dinheiro e estimulavam o dízimo, contudo não criavam nos contribuintes a expectativa de que as suas contribuições os fariam ricos. As novas igrejas conseguiram conciliar a ganância material dos crentes com seus anseios espirituais: o mesmo que faziam os adoradores do deus pagão mamom. As suas orações e suas ofertas são quase uma transação comercial. Deram um respaldo espiritual ao materialismo: estimulando à semelhança de Satanás que ofereceu o mundo a Jesus (Mt 4, 8-11). Os testemunhos televisionados, referentes ao enriquecimento para estimular a cobiça dos crentes, servem também para “massagear-lhes o ego” (dizendo “você mereceu ficar rico”).6
Para uma meditação abissal:
“Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele.Tendo, porém sustento, e com que nos cobrimos, estejamos com isso contentes. Mas, os que querem ser ricos caem em tentação e em laços e, em muita concupiscência louca e nociva, que submergem os homens na perdição e ruína; porque o amos ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e com muitas dores (1 Tm 6, 6-10).
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1 Gustavo Franco – Veja 28/5/03 – pág 34;
2 Ariovaldo Ramos – Nossa Igreja Brasileira: uma opção sobre a história recente, São Paulo: Hagnos, 2002, pags 20 e 37;
3 Robinson Cavalcanti – Ultimato, Maio-Junho 2003 – Pag, 49
4 Batista Mondin – Os grandes Teólogos do século Vinte: Teologia;
5 Luiza Nagib Eluf – Ultimato, Maio-Junho 2003 – pag 22;
6 D.Estevão Bettencourt,OSB – Boletim Ontem, hoje e sempre – Março-Abril 2003 Pag 5
Publicado na revista “Pergunte e Responderemos” – Ano XLVII – Novembro 2007 – nº 545
A Teologia da Prosperidade |
Por: Juberto Santos |
Leia os outros artigos |
A “Teologia da Prosperidade”, propagada hoje no Brasil por alguns segmentos religiosos dos ditos “evangélicos”, tem ressaltado que seguir a Jesus é automaticamente candidatar-se a uma vida de sucesso financeiro, de projeção social e quase imunidade a qualquer tipo de sofrimento. Afirmam que, ao abraçar a fé, as pessoas serão poupadas das dificuldades, terão suas dívidas saldadas, seus problemas familiares se resolverão imediatamente, dentre outros.
Na verdade, até mais do que isto, segundo tal proposta, todo cristão tem o direito de reivindicar e até exigir de Deus a satisfação de seus desejos pessoais. E tal projeção não corresponde ao ideal cristão, pois Deus, segundo o Cristianismo, dá a Graça a todos e cabe à Criatura ser fiel ao seu Criador e não vice-versa. Deus ama a sua criatura, mas não tem “obrigação” de realizar quaisquer pedidos dos homens. Para argumentar sua distinta doutrina, eles interpretam alguns textos bíblicos como Gênesis 17.7, Marcos 11.23-24 e Lucas 11.9-10, pois os que são verdadeiramente fiéis a Deus devem desfrutar de uma excelente situação na área financeira, na saúde, etc. Tal modo de interpretação traz alguns questionamentos.
Segundo o doutorando em História pela UNESP Wander de Lara Proença, a “teologia da prosperidade está trazendo o celeste porvir para o terrestre presente. Para comermos a melhor comida, para vestirmos as melhores roupas, para dirigirmos os melhores carros, para termos o melhor de todas as coisas, para adquirirmos muitas riquezas, para não adoecermos nunca, para não sofrermos qualquer acidente, para morrermos entre 70 e 80 anos, para experimentarmos uma morte suave.”
Segundo o autor Ricardo Mariano, “uma das formas que originaram tal teologia foi o grupo Neopentecostal, que começa na segunda metade da década de 1970 e ainda se encontra em processo de crescimento. Fenômeno comum a todo o continente americano, seus líderes são, na maioria, pregadores nacionais. Com o uso intenso da mídia eletrônica (que também é denominada de televangelismo), este período se caracteriza pela consolidação do pentecostalismo como força social e política.” Programas de rádio e de televisão, revistas, propagandas nas ruas e uma infinidade de segmentos religiosos espalhados pelos quatro cantos do país divulgam e cativam o coração de milhares de pessoas, as quais buscam não o divino, mas o fim das suas provações.
Essa teologia afirma que Deus concede riqueza e bens materiais a quem Lhe é fiel e paga o Dízimo com generosidade; mas esta concepção está mal fundamentada. Todos os católicos devem dar a sua contribuição material à Igreja para que ela possa prover suas necessidades materiais; isto é ensinado pelo Catecismo da Igreja Católica (CIC) no nº2043:
§2043 – "Os fiéis cristãos têm ainda a obrigação de atender, cada um segundo as suas capacidades, às necessidades materiais da Igreja. O quinto mandamento [da Igreja] ("Ajudar a Igreja em suas necessidades") recorda aos fiéis que devem ir ao encontro da necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as próprias possibilidades (CDC, cân. 222)".
Nem o Catecismo nem outro documento da Igreja Católica obrigam que o dízimo seja 10% do salário, embora muitos adotem isto na prática, o que é bonito. Mas o dízimo não pode ser uma troca com Deus; deve ser uma doação generosa de quem O ama gratuita e desinteressadamente. O dízimo também pode ser ofertado não em parte monetária, mas em serviço. Um exemplo seria o eletricista tirar um dia de seu trabalho para doar para a igreja para possíveis reparos ou um médico que uma vez por mês se dedica em atender gratuitamente pessoas de sua comunidade na paróquia. Vemos que para a Igreja Católica, dizimo não é sinônimo apenas de dinheiro.
Os seguidores da teologia da prosperidade acham que nós temos direito de reivindicarmos o que quisermos de Deus, esquecendo da soberania divina do criador. Bem, ao estudarmos a Bíblia vemos que Jesus de Nazaré veio pregar um novo modo de vida, pois a sociedade da época estava amplamente em pecado. Dessa forma, Jesus pregou uma mudança total de vida para que as pessoas pudessem entrar “na casa de meu Pai”, como ele mesmo assinalava.
Entendendo o Novo Testamento nesse viés, Jesus em nenhum momento de pregação ou ensinamento se mostrou favorável a que as pessoas tivessem amplas posses ou posições privilegiadas. Nota-se que ele sempre assinalou que seus seguidores se preocupassem com o “outro mundo” e não com a vida terrena.
Segundo o professor Felipe Aquino, pessoas bem intencionadas, às vezes desesperadas com os seus problemas, dão o que têm e, às vezes, o que não têm a essas "igrejas", e depois ficam, muitas vezes, em situação pior ainda. Não é esta a vontade Deus; Jesus alertou: "Cuidado com os falsos profetas... pelos seus frutos os conhecereis". (Mt 7,15-16)
“Esta estrutura de pensamento pode ser encontrada nos livros do bispo Edir Macedo, fundador e principal líder da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus). Além da Igreja Universal do Reino de Deus, fundada em 1977, e que já possui seguidores em diversos países da América latina e da Europa, no Brasil a Teologia da Prosperidade é absorvida também pelas Igrejas Renascer em Cristo, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, Nova Vida, Bíblica da Paz, Cristo Salva, Cristo Vive, Verbo da Vida, Nacional do Senhor Jesus Cristo e pelas organizações Adhonep, Missão Shekinah e Internacional da Graça de Deus, todas elas com representantes em outros países da América Latina e da península Ibérica” [1]
A mídia, muitas vezes, através de tais programas, mostram pessoas humildes que tinham perdido tudo, que estavam a beira da morte, que estavam na ruína, que eram muitas delas Católicas Romanas, mas que, ao ingressar em tais denominações religiosas, suas vidas mudaram e prosperaram. Que ali eles acharam Jesus e agora eles são felizes. Essa é uma forma que tal teologia é divulgada.
Bem, eis algumas passagens bíblicas que ressaltam que os fiéis devem largar a vida terrena em prol do Reino de Deus:
“Então, os apóstolos lhes impunham as mãos e recebiam estes o Espírito Santo. Vendo, porém, Simão que, pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o Espírito Santo, ofereceu-lhes dinheiro, propondo: Concedei-me a mim este poder. (...) Pedro, porém, replicou: Pereça teu dinheiro e tu com ele.”(At 8:17-18)
"Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz a cada dia e me siga. Porque quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á"(Lc 9,23-24).
"É para a vossa educação que sofreis: Deus vos trata como filhos. Qual é, com efeito, o filho cujo pai não educa? Se sois privados da educação da qual todos participam, então sois bastardos e não filhos". (Hb 12, 7s)
"A piedade é de fato grande fonte de lucro, mas para quem sabe se contentar. Pois nada trouxemos para o mundo, nem coisa alguma dele poderemos levar. Se, pois, temos alimento e vestuário, contentemo-nos com isso. Ora, os que querem se enriquecer caem em tentação e cilada, e em muitos desejos insensatos e perniciosos que mergulham os homens na ruína e na perdição. Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro, por cujo desenfreado desejo alguns se afastaram da fé, e a si mesmos se afligem com múltiplos tormentos". (1Tm 6,5-10)
“É por isso que não desfalecemos. Ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior se renova de dia para dia. A nossa presente tribulação momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável”. (2 Cor 4, 16-17)
“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; vós tereis que sofrer neste mundo, mas tende coragem eu venci o mundo! (Jo 16, 33)
- CONCUSÃO
Concluo que Jesus de Nazaré em nenhum momento de sua pregação propôs riqueza nem prosperidade aos seus seguidores. Propôs a salvação de suas almas àqueles que fossem fiéis a sua doutrina. Somente observando essas passagens acima temos certeza que o Jesus não assinalou que as pessoas não deveriam sofrer ou não passar por problemas. E esse é o ponto mais elevado dessa nossa Teologia pós-moderna.
Enfatizo que os fiéis precisam ter um censo crítico para saber diferenciar e entender a palavra de Deus. Se, mesmo assim, quiserem ingressar na Teologia da Prosperidade, que o façam de forma consciente. Assim, não serão levadas como um grupo de ovelhas perdidas no meio do campo.
Reflitam nisso.
- Fontes Consultadas
- [1] informação advinda do artigo: Os pentecostais: entre a fé e a política. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882002000100006#top31. Acesso em 10 jan. 2009.
- PROENÇA, Wander de Lara. O Evangelho da Cruz e a Teologia da Prosperidade (Artigo). In: http://www.pesformosos.org/?pg=ver_artigo&id=176. Acesso em 23 ago. 2008.
- NETO. Francisco Belvedere. Ventos de Doutrinas - Modismos e Heresias Ameaçam Igrejas Brasileiras (Artigo). In: http://www.cacp.org.br/estudos/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=453&menu=7&submenu=4. Acesso em 28 ago. 2008.
- Artigo: “O grande engano da 'Teologia da Prosperidade” in: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=4503. Acesso em 10 jan. 2009.
- MARIANO, Ricardo. Os pentecostais e a teologia da prosperidade. In Novos Estudos. São Paulo: CEBRAP, 1996, nº 44.
- GALINDO, Florencio. O fenômeno das seitas fundamentalistas. Petrópolis: Vozes, 1995.
- CAMPOS, Leonildo. Teatro, templo e mercado; organização e marketing de um empreendimento pentecostal. Petrópolis/São Paulo, Vozes/UMESP, 1999.
Nenhum comentário:
Postar um comentário