sábado, 28 de agosto de 2010

Sede Santos, porque eu sou Santo



Sede Santos, porque eu sou Santo
 
O nosso Catecismo diz que:

´O aspecto mais sublime da dignidade humana está na vocação do homem à comunhão com Deus´(nº 27).

É o sentido da vida humana: a comunhão com Deus.

Se esta comunhão não for atingida, a vida humana estará frustrada na sua própria ´razão de ser´.

Essa comunhão com Deus, em última instância, é um chamado à santidade, sem a qual o homem não pode viver a vida divina. A carta aos hebreus diz:

´Procurai ... a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor´(Hb 12,14).

Quando Deus chamou Abrão para formar o Seu povo, a partir dele, a primeira exigência que fez foi:´Anda na minha presença e sê íntegro´(Gen 17,1). Esse ´sê íntegro´ mostra que para viver na presença de Deus e serví´Lo, é preciso ser santo. Deus é Aquele que é três vezes Santo. Santíssimo!

No Sermão da Montanha, ao proclamar o ´código da vida cristã´, Jesus exigiu de todos: ´sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito´ (Mt 5,48). Para Jesus o padrão da perfeição é o próprio Deus, e devemos nos assemelhar a Ele.

Desde o Antigo Testamento é forte o chamado à santidade. Deus diz ao povo, através de Moisés:

´Sede santos porque Eu sou santo´ (Lev 11,44),

S. Pedro repete essas palavras aos fiéis:

´A exemplo da santidade daquele que vos chamou sede também vós santos em todas as vossas ações´ (1 Pe 1,15).

Essas palavras indicam que somos ´chamados à santidade´ para atingirmos o destino que nos está proposto pelo Criador: a vida de plena comunhão com Deus.

No início de três epístolas: aos efésios, aos romanos e aos coríntios, São Paulo reafirma esta nossa vocação. Aos romanos, logo na saudação ele diz: ´ a todos os que estão em Roma, chamados a serem santos´ (Rom 1,7). Aos coríntios ele repete: ´ aos fiéis santificados em Cristo Jesus, chamados à santidade´ (1 Cor 1,2); e, aos efésios: ´Bendito seja Deus ... que nos escolheu em Cristo antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante de seus olhos´ (Ef 1,4).

É uma repetição sistemática sobre o chamado de Deus a que sejamos santos. Isto leva São Paulo a dizer:

´Vivei uma vida digna da vocação para a qual fostes chamados´(Ef 4,1). ´Quanto à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à avareza, que delas nem sequer se fale entre vós, como convém a santos´ (Ef 5,3).

Para o Apóstolo, santos são todos os homens consagrados a Deus pelo batismo. Ninguém está dispensado de buscar a santidade para a qual foi chamado por Deus.

São Domingos Sávio, o jovem discípulo de D. Bosco, que morreu santo aos 15 anos de idade, foi capaz disso porque fez da santidade ´a razão de ser da sua vida´. Era seu lema: ´antes morrer do que pecar´; e dizia ainda, com toda convicção: ´Se eu não conseguir a santidade, nada terei feito neste mundo´.

Que exemplo de uma criatura tão jovem!

´Está é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a impureza; que cada um de vós saiba possuir o seu corpo em santificação e honestidade, sem se deixar levar pelas paixões desregradas como os pagãos...´ (1 Tes 4,3).

Na conquista da santidade o Apóstolo diz que precisamos ´resistir até ao sangue na luta contra o pecado´ (Hb 12,4), e nos adverte de que Deus nos corrige a cada momento com esta finalidade. Citando os Provérbios diz:

´Filho meu, não desprezes a correção do Senhor; nem desanimes, quando por Ele és repreendido; pois o Senhor corrige os que ama e açoita todo aquele que reconhece por seu Filho´(Prov. 3,11´12).

Todas as provações e sofrimentos da vida, que Deus permite que nos atinjam, são para a nossa santificação; é o ensinamento dos santos e da Igreja.

Sem a cruz não há santificação, eles afirmam, porque somente ela consegue arrancar as ervas daninhas e curar as más inclinações de nossa alma.

O Apóstolo faz questão de afirmar que Deus Pai permite tudo isto ´para nosso bem, para nos comunicar sua santidade´ (Hb 12,10).

E por isso, não podemos desanimar neste combate, já que, como diz a Palavra: ´estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos´ (Hb 12,7).

O Senhor Jesus nos propõe a cruz ´de cada dia´ como o melhor caminho de santificação:

´Se alguém quer vir após mim, renegue´se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga´me ...´(Lc 9,23).

Sem aceitarmos com paciência e fé a ´cruz de cada dia´; isto é, tudo o que não gostamos, jamais poderemos galgar os degraus da santificação e fazer a vontade de Deus.

É um paradoxo para os que não têm fé, como disse o Apóstolo: ´a linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que se salvam, isto é, para nós, é uma força divina´ (1 Cor 1,18).

Certa vez o Papa João Paulo II disse, citando Bernanos:

´A Igreja não precisa de reformadores, mas de santos´.

Os santos foram e são os únicos autênticos reformadores da Igreja. Os que mais fizeram pelo reino de Deus . Os homens e as mulheres que ´abalaram o mundo´, como disse Renè Fullop Muller: Santo Antão, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, Santa Teresa de Ávila, São Francisco de Assis, Santo Inácio de Loyola, São João da Cruz, São Vicente de Paulo, etc.

Portanto, a primeira e maior preocupação de cada um que quer sevir a Deus e à Igreja, deve ser a de ´buscar a própria santidade´. O resto virá por acréscimo. O Papa João Paulo II disse, quando da beatificação de Madre Paulina:

´A santidade é a prova mais clara, mais convincente da vitalidade da Igreja, em todos os tempos e em todos os lugares´( L´Osservatore Romano, n°44,3/1/91).

Em outra ocasião, aos catequistas, ele reafirmou:

´Numa palavra, sede santos. A santidade é a forma mais poderosa para levar Cristo aos corações dos homens´ (idem, n°24, 14/06/92, pg 22).

´Aqueles que seguem fielmente a chamada à santidade, escrevem a história da Igreja na sua dimensão mais essencial; isto é aquela da sua intimidade com Deus´ (LR, n°8, 24/08/96).

´É possível restaurar as instituições com a santidade, e não, restaurar a santidade com as instituições´(S.Vicente).
 

Fonte: www.cleofas.com.br

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