A marca de Cristo no Hino Nacional. Estado laico não é Estado sem raízes.
Brasil, de amor eterno seja símbolo o lábaro que ostentas estrelado! Mas o que é "lábaro"?
Aqui no GBC, já reverberamos algumas postagens sobre a questão dos crucifixos em repartições públicas, inclusive a recente notícia de uma decisão do Tribunal de Justiça do RS no sentido da sua retirada dos espaços pertencentes ao Judiciário. Que tal tirar sinais de Cristo também do Hino Nacional?
No programa Escola da Fé de ontem, o prof. Felipe Aquino comentou que nosso Hino faz referência a "lábaro". Lábaro ganhou o sentido de bandeira, flâmula, mas seu sentido primeiro tem referência a Cristo. Também o Brasil tem raízes na Vera Cruz, na Santa Cruz, e dessas raízes ainda nos alimentamos. Mas se retirarmos todos os vestígios desse alimento plurissecular, o que restará de bom em nossa cultura?
Veja o que diz a Wikipedia sobre o sentido genuíno da palavra "lábaro":
O lábaro (labarum, em latim) de Constantino é um cristograma de Jesus Cristo, do qual existem diversas formas. É formado a partir das letras gregas Chi (χ) e Ró(ρ), iniciais de Χριστός (“Cristo”, em grego).
O Imperador Romano Constantino I (no poder 306-337) criou um novo padrão militar para ser exibido juntamente com o seu exército, este símbolo apresenta as primeiras duas letras gregas da palavra Cristo - Chi (χ) e Ró (ρ), que veio a ser conhecido como o lábaro.
A etimologia da palavra antes de ser usada por Constantino não é clara. De acordo com Lactâncio, Constantino sonhou com este emblema e uma voz dizendo “Neste sinal conquistarás” (In hoc signo vinces). Ao acordar ordenou aos seus soldados que pusessem o emblema nos seus escudos; nesse mesmo dia lutaram contra as tropas de Magêncio e ganharam a Batalha da Ponte Mílvia (312), fora de Roma.
A mitologia discorda caracteristicamente nos detalhes, mas em todos os casos os detalhes são importantes, nunca ao acaso. Escrevendo em grego, Eusébio de Cesareia (falece 339), o bispo que escreveu a primeira história geral sobrevivente das primeiras igrejas cristãs, deu duas versões adicionais da famosa visão de Constantino:
-De acordo com a Historia ecclesiae (“História da Igreja”), o Imperador viu a visão na Gália a caminho de Roma, muito antes da batalha com Magêncio: a expressão como é dada foi “εν τούτω νίκα” – literalmente, “Nisto, vence!”.
-Numa posterior memória hagiográfica do Imperador que Eusébio escreveu depois da morte de Constantino (“Na Vida de Constantino” 337-339), a visão miraculosa viera quando os exércitos rivais se encontraram na Ponte Mílvia. Nesta versão posterior, o Imperador ponderara a questão lógica de infortúnios que caem sobre exércitos que invocam a ajuda de diversos deuses diferentes, e decidiu procurar ajuda divina na batalha que se avizinhava no Único Deus. Ao meio-dia Constantino viu uma cruz de luz sobre o Sol. Junto a ela vinha o dito In hoc signo vinces. Não só Constantino, mas todo o exército vira o milagre. O moderno biógrafo de Constantino, o historiador Ramsey MacCullen, comenta: “Se o escrito no céu foi visto por 40.000 homens, o verdadeiro milagre cai no inquebrável silêncio desses mesmos sobre tal acontecimento” (Constantino, 1969). Nessa noite Cristo aparecera ao Imperador num sonho e dissera-lhe que fizesse uma réplica do sinal que tivera visto no céu, que seria uma defesa concreta na batalha. Assim, o elemento do milagre público reinforça o elemento do sonho privado.
O controverso geólogo sueco Jens Ormo sugere que o segundo acontecimento tem as suas origens no facto de Constantino ter testemunhado a nuvem em forma de cogumelo provocada pelo impacto do meteorito que acredita ter resultado na cratera de Sirente situada no Parque Regional de Sirente-Velino, Abruzzo, Itália. Esta teoria, que não é apoiada pelos principais historiadores, vai contra os mesmos problemas da teoria “milagrosa” – o facto de uma gigantesca Nuvem de cogumelo teria sido notada e comentada por muitas pessoas. Além disso, é difícil perceber como poderia ter sido confundida com um símbolo Lábaro. A teoria de Ormo anda lado-a-lado com uma longa linha de tentativas pseudo-científicas para encontrar explicações racionais de visões e milagres, tal como as escrituras de Velikovsky.
Na arte medieval, o tema do lábaro é incerto pela sua ausência, aparecendo de repente na Renascença e nos períodos clássicos, onde a expressão é frequentemente mostrada escrita no céu.
Eusébio poderá ter achado que o sonho mitema por si só precisaria de um reinforço. Sobre o milagre, escreveu em Vita que o próprio Constantino lhe teria contado esta história “e confirmou-o com juramentos,” mais tarde “quando fui considerado merecedor do seu reconhecimento e de sua companhia”. “Exactamente,” diz Eusébio, “tivesse outro que não ele contado esta história, não teria sido fácil de aceitá-la.”
Entre os muitos soldados referidos no Arco de Constantino, que foi erigido apenas três anos depois da batalha, o lábaro não aparece, nem há qualquer pista da afirmação miraculosa de protecção divina que tivera sido testemunhada, nem com Eusébio, entre outros tantos. Uma grande oportunidade para o tipo de propaganda política onde o Arco teria sido expressamente construído se na história de Eusébio se pudesse confiar. A sua inscrição diz, na realidade, que o Imperador salvara a res publica INSTINCTU DIVINITATIS MENTIS MAGNITUDINE (“por instinto divino e por grandiosidade de mente”). Que divindade não é identificada, apesar de Deus Sol Invicto (também identificado por Apolo ou Mitra) estar inscrito na cunhagem de Constantino por esta altura.
Na sua Historia Ecclesiae Eusébio continua, dizendo que, depois da sua entrada vitoriosa em Roma, Constantino erigiu uma estátua de si, “segurando o sinal do Salvador (a cruz) na sua mão direita.”. Não há quaisquer outros relatos a confirmar tal monumento.
Desde então tem sido interpretado por cristãos por todo o mundo como um símbolo de cristandade. Porque é composto pela combinação chi e ró é por vezes referido como o “monograma de Cristo”. Cristãos Protestantes, especialmente os Restauracionistas, rejeitam o seu uso por acreditarem ser de origens pagãs – especificamente, um símbolo do deus sol – e pela falta de uso dos primeiros cristãos, apesar de estar já em grande uso por cristãos do século III, maioritariamente em sarcófagos.
A interpretação do seu uso como um símbolo especificamente cristão é, no entanto, reforçado pelo facto de Juliano, O Apóstata, o ter removido da sua insígnia e tê-lo restaurado para uso dos seus sucessores cristãos.
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