IGREJAS DE SÃO LUÍS QUE JÁ NÃO EXISTEM.
Texto deste mês de julho publicado na coluna "Você sabia?" do Jornal da Arquidiocese de São Luís, o Jornal do Maranhão.
Em São Luís, houve muitas Igrejas que, por diversos motivos foram demolidas, ou mesmo, arruinaram-se pela ação do tempo ou omissão humana. Havia uma igreja dedicada a Nossa Senhora Madre de Deus, donde o nome do bairro, que foi construída com recursos de uma doação feita por Manoel da Silva Serrão, no ano de 1713. Eram os jesuítas que cuidavam do templo e da casa de recreações religiosas e retiros que lhe era anexo e servia aos padres e aos alunos do Colégio da Luz. Com a expulsão da Companhia de Jesus pelo decreto pombalino de 1761, o prédio e a ermida serviram para várias finalidades, algumas bem profanas, como casa de recreio dos governadores, hospital de campanha do Exército, e, finalmente, um hospital público, o atual Hospital Dr. Tarquínio Lopes, mais conhecido como Hospital Geral. A antiga igreja, por falta de uso e cuidado, arruinou-se completamente.
Outra Igreja histórica que já não existe, é a de Nossa Senhora da Conceição dos Mulatos, sede paroquial desde 29 de agosto de 1805. Em 1939, por motivos urbanísticos, e segundo conta-se, em razão da parede lateral da Igreja que avançava além da calçada, invadindo o traçado da rua e pela passagem do bonde rente ao paredão causava muitos acidentes, alguns fatais, a Conceição dos Mulatos foi posta abaixo, o que entristeceu toda cidade e, sobretudo, Monsenhor João dos Santos Chaves, vigário da Igreja, que pouco depois, em 21 de fevereiro de 1941, faleceu.
Sobre a relação de seu pároco com a Igreja da Conceição e seus paroquianos, fala-nos Jomar Moraes em seu excelente Guia de São Luís do Maranhão: “nomeado vigário da Conceição em 1896, o Padre Chaves, como carinhosamente o chamavam, chegou a confundir-se com sua igreja, que de fato, era sua na boca dos fiéis: a Igreja de Padre Chaves. Durante o período em que ali permaneceu chão vazio, assinalado por uma cruz a que nostálgicos devotos levavam flores e velas, formava-se uma grande poça d’água na estação das chuvas. Era a Lagoa do Padre Chaves.” Em seu lugar, hoje se ergue o Edifício Caiçara, primeiro arranha-céu de São Luís.
Postado por João Dias Rezende Filho às 16:50
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