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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Apostila de Bíblia Antigo Testamento- continuação


Apostila de Bíblia Antigo Testamento
Livros Históricos

Introdução: Ocupam boa parte do A.T. Neles encontramos a história do povo de Deus, desde a entrada na terra prometida até quase a época de Jesus. São 16 livros: Josué, Juizes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester e 1 e 2 Macabeus.

Livros da História Deuteronômica: Josué, Juizes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. Usa como fonte a história deuteronômica, mas vai relatar a história de Israel até o Séc. V a.C.

Obra dos Cronistas: 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias. A história dos cronistas vai desde Adão até o séc. V a.C.
Josué

É uma continuação da historia do Pentateuco. Josué quer dizer “Javé é Salvação” (Js 1,9). Josué filho de Num, da tribo de Efraím, acompanhou Moisés ao monte Sinai; tomou parte na expedição de reconhecimento de Canaã. Guardou firme confiança no Senhor; por isso Josué e Caleb foram os únicos homens que, tendo saído do Egito, entraram na Terra Prometida. Moisés escolheu Josué como seu servidor, Moisés morreu então pediu a Javé que indicasse um sucessor e Javé indicou Josué.

A árdua missão de Josué: Zelar pela observância da Lei, introduzir o povo na terra prometida, distribuição da terra entre as tribos de Israel. Josué revelou-se um chefe enérgico e tenaz, ao mesmo tempo que prudente.

O livro de Josué quer mostrar a indefectível; fidelidade de Deus às suas promessas, onde o povo respondera observando a Aliança com o Senhor.
Juizes

A síntese deste livro é: quando Israel é infiel à Aliança, Deus o entrega a seus inimigos; quando se arrepende e volta à Deus, pode gozar de novo livremente da terra. Não se insista nas figuras nada edificantes dos Juizes; é um mundo bárbaro. Insista-se, pelo contrario; no entrelaçamento da ação divina.

Josué não deixou sucessor. As doze tribos de Israel tinham se estabelecido em seus territórios, mas não tinham governo central. “Naqueles dias não havia rei em Israel e cada um fazia o que bem lhe parecia”. Mas viam-se em meio a população Cananéia local, que fora expulsa pelos Israelitas. Esta convivência com os pagãos era nociva acarretava perigos como: a corrupção dos costumes, o dos casamentos mistos (Israelitas e Cananeus) e, pior ainda, o da perversão religiosa. Os Israelitas tinham que prestar culto aos deuses Cananeus. Isto foi uma desordem dentro do culto Israelita, Javé continuou sendo o Deus de Israel mas o culto começa a ficar diferente do prescrito por Moisés. Com isso após a passagem da geração de Josué os Israelitas fizeram o que é mal aos olhos de Javé servindo aos Baals.

Sem governo central e sem chefe forte, as tribos de Israel encontravam na religião o vinculo que as unia entre si e que mantinha a consciência da sua identidade nacional. Foi neste contexto que Javé suscitou Juizes em Israel. Eram heróis, dotados de força e carisma especial dado pelo Senhor, para libertarem uma ou mais tribo de Israel. Os Juizes são o testemunho vivo de que Javé nunca abandonou o seu povo, mas foi dirigindo a historia desde até mesmo dispensando carisma (ou dons) extraordinários. Juizes pelo simples fato de que a principal função de um chefe da tribo de Israel era julgar causas ou litígios da população. A autoridade do Juiz era naquele região que ele exercia a sua função, mais nada além. Na terra de Canaã os Israelitas trocaram a vida nômade para a vida agrícola. Então cada tribo tinha a sua vida particular ou individual, ocorrendo assim muitas invasões estrangeiras.

O livro dos Juizes nos refere as façanhas de doze Juizes. Destes, seis são tidos como maiores, porque apresentados com mais minúcias; tais são Otoniel (da tribo de Judá), Aod (Benjamim), Barac (Neftali), Gedeão (Manasés), Jefté (Gad), Sansão (Dã). Os outros seis são ditos menores, porque poucas noticias há a respeito deles; tais são: Samgar (Simeão), Tolá (Issacar), Jair (Galaad), Abesã (Aser), Elon (Zabulon) e Abdon (Efrain). Os principais Juizes são Gedeão, Jefté e Sansão.

O livro dos Juizes recomenda: a infidelidade à Lei do Senhor é penhor de desgraças e ruína material para Israel, ao passo que o arrependimento e a fidelidade são penhor de benção divina, concretizada em vitoria sobre os inimigos e prosperidade material.

Dentro do livro dos Juizes está o livro de Rute. Só esta acoplado pelo seguinte motivo que no inicio deste livro esta “No tempo em que os Juizes governavam, houve uma fome no país”. A principal finalidade do livro é transmitir uma historia edificante referente às origens da família de Davi. Rute uma estrangeira, a moabita Rute. Consiste em 4 Capítulos.
I e II Samuel

Continua a historia dos Juizes. Estendem essa historia a partir da figura de Eli, juiz, até o final do reinado de Davi, passando por Samuel e Saul.

Com a situação que estava nos juizes de uma certa anarquia nas tribos de Israel, assediados pelo inimigos (filisteus, madianitas, amorreus, amalecitas...). Fazia falta de um chefe que mobilizasse todo Israel e garantisse tanto a unidade nacional como a fidelidade religiosa das tribos.

Samuel foi o ultimo juiz com a incumbência de ungir o primeiro rei de Israel, chamado Saul, da tribo de Benjamim. O reinado de Saul foi decorrido todo em guerras, com isso Saul não pode cuidar da organização social, jurídica e administrativa.

Ademais Saul foi rejeitado pelo Senhor porque desobedecera (I Sm 13, 8-15; 15, 10-23). Davi seu sucessor da tribo messiânica de Judá, a principio ainda teve que lutar contra os filisteus, onde conseguiu vencer definitivamente, estabelecendo assim uma unidade nacional. Quando Davi morreu a unidade nacional estava em perigo, as tribos do Norte não se armonizavam com as do Sul. Tal rivalidade entre o Norte e o Sul do pais explodiria no cisma das dez tribos setentrionais. O seu tema central é a fidelidade à Aliança. Na leitura liturgica procure-se apreender o entrosamento da ação de Deus e da ação humana. O Ponto culminante de toda a obra é a profecia de Natã a Davi (II Sm ).
São os três protagonistas do período histórico

Samuel: (Juiz e profeta) - Uma mulher estéril, chamada Ana (=graça), sofria por não ter filhos , ou por não poder colaborar para a vinda do Messias, prometido à linhagem de Abraão. Isto lhe parecia uma maldição de Deus. Tendo rezado, obteve um filho: Samuel (= Deus ouviu). Na Bíblia, o filho dado a uma mulher estéril tem sempre uma missão particular (Isac, Sansão, João Batista); assim também Samuel. De fato, Deus chamou Samuel enquanto dormia e confiou-lhe a chefia do povo em lugar de Eli, o juiz fraco que governava o povo. Compare a vocação de Samuel (I Sm 2,1-18); Abraão (Gn 12, 1-3); Moisés (Ex 3, 1-12); Isaias (Is 1, 1-13); Jeremias (Jr 1,4-10); Ezequiel (Ez 3, 1-11); Servidor de Javé (Is 49, 1-9); Amós (Am 7,14s)

Saul: (Rei desventurado) - Dada a insegurança das tribos em seus territórios, os anciãos de Israel pediram a Samuel um rei; o Senhor, consultado por Samuel, quis atender ao pedido, fazendo ver que o rei poderia extorquir os bens dos filhos de Israel. Foi escolhido, por revelação do próprio Deus, o jovem Saul, da tribo de Benjamim, que Samuel ungiu como rei.

Desde o começo do seu reinado Saul teve que enfrentar os inimigos estrangeiros: venceu os amonitas. Mas foi rejeitado por Deus, pois transgrediu preceitos do Senhor (I Sm 13,7-15; 15,1-31).

O resto da vida de Saul é descrito em I Sm 16-31; consta de perseguições a Davi, que Deus escolhera para lhe suceder (Saul parece ter sofrido de doença psíquica, que lhe tirava a paz e a capacidade de conviver.

Davi: (Encarna o ideal do Reino de Deus na terra) - Tendo rejeitado Saul, Deus mandou que Samuel procurasse o seu sucessor: seria Davi, o mais novo dos filhos de Isaí ou Jessé, que Samuel ungiu rei, esta aumentou muito o prestigio de Davi. O jovem guerreiro tornou-se grande amigo de Jônatas, filho de Saul, que passou a enciumar-se do seu rival e procurou ferir mortalmente Davi; Davi teve que fugir , mas antes celebrou uma aliança com Jônatas (I Sm 20, 1-21). Começou então a via dolorosa de Davi, que vivia em caverna e no deserto. Apesar da malvadez de Saul, Davi soube ser generoso para com o rei, que ele podia ter assassinado.

O segundo livro de Samuel é inteiramente consagrado a Davi. Em segundo Samuel merecem atenção o cap. 7, com a sua profecia messiânica os cap. 11 e 12, que falam do pecado e do arrependimento de Davi (o rei procedeu como um homem sensual e cruel, mas soube reconhecer Natã o enviado de Deus), o cap. 24 que narra outro pecado de Davi, do qual o rei se arrependeu. Diz S. Ambrósio que pecar é comum a todos os homens, mas arrepender-se é próprios dos santos.
I e II Reis

É uma só obra, foi desdobrada em duas pelos tradutores alexandrinos (LXX), a fim de facilitar o uso dos manuscrito. I e II Reis narram a historia de Israel desde Salomão até o exílio babilônico.
Cada Rei é apresentado de uma forma bem definida: reis maus por terem praticados ou permitido a idolatria(Abdias, Acaz, Manasses, Joacaz), bons por terem combatido a idolatria, mas deixaram subsistir o culto a Javé nos bosques e colinas como os Cananeus (Asa, Josafá, Joás, Amasias, Azarias, Joatam) e ótimos por terem combatido a idolatria e o culto nas colinas (Ezequias e Josias).
I e II Crônicas

O livros das Crônicas, de Esdras e Neemias constituem um bloco homogêneo como “obra dos Cronistas”, percorrem a historia do gênero humano desde de Adão até a restauração do Povo em sua terra após o exílio.

Os livros atribuem grande importância a: Genealogia, Instituições de culto, sacerdotes e levitas, principalmente músicos, cantores, porteiros. Os dois Crônicas constituem um livro só é a mesma historia de Samuel e Reis mas numa perspectiva mais estritamente religiosa.

O autor de Crônicas I e II, mais do que Samuel I e II e Reis I e II, leve em mira propor o significado teológico dos acontecimentos. O Cronista queria lembrar ao povo as promessas feita a Davi para exercita-lo à confiança em Javé, levava também a dizer que a vida da nação estava relacionada na fidelidade a Deus, ao culto e ao cumprimento da lei.
Esdras – Neemias

Vão ser os braços de Iahweh para restaurar o culto e a unidade política e cultural de Israel depois do exílio. Muitas vezes são radicais pois a situação o exige, é a fé que os move e não o legalismo.

Constituem também uma só obra de dois grandes profetas. Se referem os acontecimentos relativos à volta do povo exilado na Babilônia para a Terra Santa e à restauração da vida religiosa e civil desse povo. Período de grandes lutas do povo judeu: o entusiasmo e a alegria daqueles que voltaram à pátria, viram-se preocupados com os estrangeiros que lá estavam.

Está obra é uma grande obra de reconstrução interior do Povo é muito rico e fundamental. O mais importante é conhecer as idéias e a mentalidade que animaram a restauração, do que a seqüência exata dos fatos.

A restauração teve importância capital na historia do povo eleito: significa o nascimento do Judaísmo propriamente dito. Judaísmo vem de Judá; ora é esta a tribo que volta do exílio para reconstruir a vida do povo messiânico (era a tribo de Davi e do futuro Messias). Esdras é chamado o “pai do Judaísmo”.
Rute, Tobias, Judite e Ester:

Mais do que história propriamente dita, esses livros se apresentam como modelos de vivência da fé diante de situações difíceis, se de vida pessoal (Rute e Tobias), como Nacional (Judite e Ester).
Tobias

O livro de Tobias contém um núcleo histórico ornamentado com objetivo didático e moral. A finalidade do livro é mostra admirável providência de Deus para com o homem fiel a lei de Deus. O anjo Rafael parece na história como guarda, curador e intercessor. É muito importante o amor de Tobias por Sara e a fuga para o Egito.
Judite

O cenário deste livro é a conquista de um rei assírio dito Nabucodonosor. Os Judeus porém resistiam, ao saber disto Aquior, aconselho de não atacar os Judeus pois o Deus de Israel o defenderá.

O livro de Judite é revestido de traço teológicos que põem em relevo o aspecto edificante do quarto. A finalidade do autor sagrado era avivar a fé de Israel em Deus que é capaz de libertar das calamidades do seu povo, diante da fidelidade a aliança. Judite é uma viúva fraca munida das forças que o jejum e a oração o confere, ela resolve intervir na investida do rei Assírio Nabucodonosor em invadir terra israelitas
Ester

Como o livro de Judite, o de Ester descreve a história de uma israelita que, por sua castidade e piedade, se tornou instrumento de libertação para o povo de Deus.
I e II Macabeus

Macabeus (apelido de Judas filho de Matatias): São 2 livros diferentes sobre o mesmo tema. Descrevem as lutas de Matatias e seus filhos contra os reis sírios (Selêucidas) e os judeus que a eles se aliaram. O objetivo da luta era a libertação religiosa e política, buscando conservar a identidade religiosa e cultural de Israel.

Em 198, Antioco III, que reinava na Síria, venceu Ptolomeu V na batalha de Panion, e passou a dominar na Palestina; foi favorável aos Judeus e ao Templo de Jerusalém. O seu sucessor, Seleuco IV (187-175), deixou os Judeus em paz, até o ultimo ano do seu reinado, quando tentou depredar o Templo de Jerusalém. O rei seguinte, Antioco IV(175-163), ocupou Jerusalém, e quis impor aos Judeus costumes pagãos ou a helenização, com anfiteatros, estádios esportivos, consumo de carne de porco... Muitos Judeus resistentes foram mortos, outros, reduzidos à escravidão; outros, porém cederam à pressão, desertando da fé. O Templo de Jerusalém foi profanado, pois nele introduziram uma estatua de Júpiter.

Levantou-se então o sacerdote Matatias , como chefe de guerrilha e guerra contra os Sírios, acompanhados por seus filhos. O mais valente de todos era Judas, chamado “Macabeu” (=martelo, provavelmente) e também era dado este nome a todos que resistiram aos dominadores pagãos. A família de Matatias também foi dita “dos hasmoneus”; uma vez bem sucedida na luta, teve a chefia em Judá durante uns 130 anos, mas aos poucos foi perdendo a sua tempera ardorosa e cedeu aos costumes pagãos, de modo que o nome “hasmoneus” soa mal aos Judeus até hoje.

Os livros dos Macabeus narram as façanhas da resistência Judaica.

Livros Proféticos

Introdução: Profeta (grego) - aquele que fala em nome de ..., aquele que prediz o futuro e interpretar o presente. Nabi (hebraico) - o que é chamado. Livros Proféticos - são os livros que contém os escritos e a pregação dos profetas, que desempenham função fundamental no meio do povo de Deus.

Divisão dos livros proféticos: Profetas Maiores - Isaías, Jeremias (lamentações, Baruc - alguns colocam como um profeta maior por ter sido escrito por um secretario de Jeremias, é considerado menor pelo tamanho), Ezequiel e Daniel;

Profetas Menores- ( Não são chamados menores pela importância mas pelo escrito pequeno) Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
Estilo Profético:

Os profetas eram antes de tudo pregadores, raramente escreviam, por isso torna-se manifesto que os oráculos e sermões dos profetas foram preservados pelos seus discípulos, que os editaram. O processo de composição é lento e gradual, muitas vezes o seu plano é um pouco vago.
Mensagem do Profeta:

O ponto de partida da vocação profética está numa profunda experiência de Deus. O profeta faz uma leitura dos sinais dos tempos, por isso é que muitas vezes sua mensagem se centra no âmbito social e político. Denunciam os erros do povo e das autoridades: Idolatria, misticismo, ritualismo, culto vazio, falsos profetas, sacerdotes infiéis, pecados da monarquia, imoralidade dos comerciantes, avareza e cobiça dos latifundiários ...
Lamentações

Coleção de 5 cânticos, que choram a queda da cidade Santo Jerusalém em 587 a C. Os quatros. Cânticos de luto, que foi composto pelos judeus que permaneceram no pais após a destruição de Jerusalém.

Primeiro Cântico - O poeta e a cidade personificada lamentam a destruição de Jerusalém; reconhecem a culpa do povo.

Segundo Cântico - O autor lastima a punição de Jerusalém e exorta a cidade à penitencia, Jerusalém pede misericórdia.

Terceiro Cântico - O autor descreve a sua dor diante da desgraça de Jerusalém e sua esperança na Misericórdia divina.

Quarto Cântico - Fala mais uma vez da ruína de Jerusalém castigada segundo a Justiça.

Quinto Cântico - Tem forma de oração (A Vulgata Latina diz que é o cântico de Jeremias). Implora o auxilio de Deus para a ruína de Jerusalém prediz a ruína de Edon povo vizinho de Judá.

Atribui a Jeremias a autoria apoiando-se em II Cr 35,25, mas hoje não se aceita mais pelo argumento de que este estilo poético não se enquadra no estilo espontâneo de Jeremias. Se atribui a algum autor anônimo, teria sido redigido na terra santa, escrito para celebrar este momento da queda de Jerusalém. A igreja lê o livro nos últimos dias da Semana Santa para relembrar o drama do Calvário. É de notar que estes Cânticos fúnebres são perpassados por vivo sentimento de arrependimento e de inabalável confiança em Deus.
Danie
l
Hebraico = Deus é meu Juiz - Judeu. Divide-se em duas partes: Canônica (1-12) e Deuterocanonica (13-14).
Canônica divide-se em:

(1-6) Narrativa - Daniel é um hebreu deportado para a Babilônia levado para a corte de Nabucudonosor, onde recebeu o nome de Baltazar, foi fiel a lei de Deus mesmo em ambiente Pagão, onde Deus cumulou-o com dons diversos de sabedoria se tornando um homem notável. Daniel embaraçava o Rei e os seus sabios, onde o Rei reconhecia direta ou indiretamente a santidade do Deus de Daniel. Julga-se que os capítulos de 2-6 foi incluído posterior a Daniel para incutir a confiança em Deus, porque os reis sírios ameaçavam os Judeus para não obedecer a Lei do Senhor.

(7-12) Apocalíptica - O que significa está realidade apocalíptica é porque os povos Judeus eram ameaçados por sírios pagãos. Um autor piedoso quis despertar a esperança e a paz, falando de uma libertação messiânica. Deus interviria nesta situação de opressão dos povos pagãos, instaurando a justiça e a ordem devida, os que ficassem fieis seriam recompensado.

Deuterocanonica - fala da historia de Suzana, uma jovem que Daniel salva por sua sabedoria; a historia dos sacerdotes de Bel, que Daniel desmascara; O dragão que Daniel mata.
Baruc.

Baruc - Bento. Foi companheiro, escriba de Jeremias. Acompanhou Jeremias durante a queda da Cidade Santa.

Baruc de 1-5 é uma coletânea de três peças que supõem o povo de Judá exilado na Babilônia.

As características do livro: Especialmente o louvor à Sabedoria) Br 3,9-4,4; Exortação aos exilados para que não caiam na idolatria do ambiente Babilônico; Chama atenção para a inércia dos ídolos. “Por conseguinte, não os temais”; “Como crer ou dizer que são deuses”; “Quem não vê que não são deuses?”.

O Autor não é Jeremias como geralmente reconhecem os estudiosos. Autor anônimo.

Amós É o mais antigo dos profetas (780-750). Nasceu em Técoa, aldeia ao Sul de Belém (Judá). Dedicava-se a cuidar de gado (Pastor). Deus o chamou a ser profeta em Israel. Homem simples de linguagem franca e rude. Profetizou sobre Jaboatão II - Monarca que tinha lucro na construção das casas, depravação dos costumes, culto idolátrico. Amós censurou os vícios e predisse a salvação para os bons.

Nesse período o Norte e o Sul vivem um grande crescimento econômico e as elites acumulavam muitos bens enquanto boa parte da população vivia na pobreza. Falou contra a hipocrisia e a incoerência de vida.

Oséias (735 - 725): Único profeta nascido no reino do Norte.

O livro se divide em duas partes: 1. As relações de Javé e Israel são simbolizadas pelo casamento de Oseias. Casa com uma mulher leviana (Gomer) que engana; cai na escravidão, depois de abandonar Oseias, mas é resgatada pelo próprio. Significa a união do Senhor com seu povo, violada por Israel pela infidelidade cultuando deuses Cananeus. 2. Israel é censurada pela sua distorção política e religiosa no passado e no presente, e encerra o livro com uma liturgia penitencial.

Usa muito o termo Hesed: Misericórdia, Amor e Bondade de Deus.Deus exige Amor e não sacrifício (Os 6,6).

O centro de seu livro é a imagem do casamento, análoga ao relacionamento de Deus com Israel: Israel é como uma prostituta pois adora Baals (outros deuses), mas Deus é a pura Misericórdia e perdoa Israel.

É o primeiro livro da Bíblia a usar de forma clara a imagem do amor esponsal.

Miqueias - Profetizou sob Joatã, Acaz e Ezequias, reis de Judá. Miqueias não poupa os gananciosos, os credores sem comparação, os comerciantes fraudulentos, as famílias divididas, os sacerdotes e profetas cobiçosos, os chefes tirânicos, os Juizes venais. Principal ponto - 6,8 - praticar a Justiça, amar com misericórdia e proceder humildemente diante de Deus.”

Sofonias - Exerceu sua atividade sob o piedoso rei Josias. Censurou o culto de falsos deuses, modas estrangeiras, injustiça sociais. Mensagem principal é o anuncio do dia do Senhor.

Naum - O livro começa por um salmo. Natural de Elcós, cidade desconhecida, trata da queda de Ninive. O salmo descreve a esplendorosa manifestação de Javé, exprime o calor da alma de Israel diante do seu inimigo tenaz, o povo assírio.

Isaias - (770-687ac) Era filho de uma família ilustre de Jerusalém erudito poeta e estilista. Foi chama do a Ser profeta em 740. Foi conselheiro dos reis Joatã, Acaz e Ezequias em uma época de grande infidelidade do povo e da corte. Este livro é atribuído a escola de Isaias. Isaias pelas profecias messiânicas é considerado o “Evangelista do Antigo Testamento”.
Dividido em 3:

1. Isaias (1-39) provavelmente do tempo do profeta;

Supõe que é descrito uma condição histórica em que viveu o profeta Isaias. É uma coleção de dizeres, dispostas sem estrita ordem cronológica, contem notáveis profecias messiânicas. Em (Is 7,10-25) o messias aparece com Emanuel, que a de nascer de uma Jovem (Virgem); em (9,1-7) nasce o Menino prometido como “Admirável conselheiro, Deus forte, Pai do século futuro, Príncipe da Paz”. (11,1-9) o trono de Davi floresce e produz um rebento, que é o Messias, este faz descer sobre a terra a plenitude do Espirito do Senhor e cumpre as promessas de restauração da natureza violentada pelo pecado. Por tudo isto é considerado uma dos maiores profetas do Antigo testamento.

2. Isaias (40-45) exílio da babilônia;

De autores anônimos, estes pregaram e escreveram na Babilônia, anunciando aos Israelitas ai deportados a iminente libertação e a volta à terra Santa.

Pontos falados: - Jerusalém e o templo estão destruídos e a sua restauração é profetizada. - A nação que retém os Judeus é a babilônia, opulenta e arrogante, mas prestes a cair em ruínas. - Os leitores são estimulados à confiança e à alegria, pois se aproxima o fim do exílio (41,10-13).

Aqui estão os quatro “Cânticos do Servo de Javé”, que falam da expiação prestada por um Servo inocente em favor dos seus irmãos pecadores. São profecias messiânicas, que projetam nova luz sobre o sentido do sofrimento; este pode recair sobre os justos, que assim prestam satisfação pelos pecados alheios. Estes cânticos é dividido do seguinte modo:

A vocação do Servo de Javé Is 49,1-6; Os predicados do Servo de Javé Is 42,1-4; A ingrata missão do Servo de Javé Is 50,4-9; A morte e a glorificação do Servo de Javé Is 52,13-53,12
3. Isaias (56-66) após o exílio, na época da restauração do povo em sua terra.

Trata de consola r e exortar os judeus recentemente repatriados do exílio. Israel de novo na terra santa constitui uma nova comunidade religiosa; parece, porém, que é infiel à Lei do Senhor; está desanimado dos obstáculos que se opõem à reconstrução do Templo e da Cidade Santa; o profeta fala da Nova Jerusalém todas as profecias sobre elas.

Pontos fundamentais: - Jerusalém se encontra parcialmente povoada mas não devidamente reconstruída; - as cidades menores ainda estão devastadas; - O templo ainda esta em ruínas apesar de si pensar em reconstruir; - o chefe das comunidades se preocupam mais consigo do que com o povo; mas o profeta diz que o Senhor mandará salvação.

Habacuc - É um profeta que não pode ser chamado por homônimo de Daniel. O Ponto principal do seu livro é “Por que o ímpio prevalece contra o justo e insolentemente o oprime?”. O Justo vive pela sua fidelidade.

Ageu - Da inicio ao ultimo período dos profetas, período pós-exilio que a ter uma linguagem de restauração diferente de antes do exílio que era censura e ameaça de castigo, durante o exílio era consolação.

Ageu acompanha o povo após o exílio da Babilônia. Diante das ameaças de desanimo o profeta da reconstrução do templo. Fala que está reconstrução é condição da vinda de Javé e do seu reino.

Zacarias - Após a profecia de Ageu aparece Zacarias que se refere a oito visões do profeta que tratam da salvação e da restauração de Israel, seguem também oráculos messiânicos (1-8) é considerado de autoria de Isaias. De (9-14) é muito diferente são anônimos, falam de fatos históricos difíceis de precisar e a ultima parte é como um apocalipse que descreve a gloria de Jerusalém dos últimos tempos.

Malaquias - Significa “meu mensageiro”. O livro consta de seis seções onde se tem o mesmo esquema que é: o Senhor lança uma afirmação, e o povo e os sacerdotes a contestam, mas Deus sustenta. O Profeta anuncia o Dia do Senhor, que purificará sacerdotes e levitas, punirá o mau e concederá ao Justo o triunfo.

Abdias - É o mais curto dos livros proféticos e um dos mais difíceis, foi dirigido contra Edom, povo vizinho de Judá, sob rei Jorã. O livro exalta a justiça e o poder de Javé, que age como defensor do direito.

Joel - Possui duas partes:


1. 1,2 - 2,27 - refere-se a uma invasão de gafanhotos que flagela Judá e da ocasião para uma liturgia de suplica e luto a resposta do Senhor é fartura e reconstrução.

2. 2,28-3,21 - refere-se ao Dia do Senhor caracterizado pela efusão do espirito.

Livros Sapienciais

Introdução: O nome de Sapienciais ou didáticos é dado a 5 livros do A.T. : Provérbios, Jó, Eclesiastes (Coélet), Eclesiástico (Sirac) e Sabedoria. A estes são acrescentados dois livros poéticos (Líricos) : Salmos e Cântico dos Cânticos.

Esses livros apresentam a sabedoria e a espiritualidade de Israel. Em Israel, sabedoria não é cultura conseguida com acúmulo de conhecimentos, mas o bom senso e o discernimento das situações, adquiridos através da meditação e reflexão sobre a vida.
Literatura Sapiencial: A literatura Sapiencial aparece de várias formas:

Provérbios - tipo mais simples, normalmente um par de versos (Prov.); Parábola - uma comparação; Longos poemas e hinos (Jó 27,1; 29,1). Enigma ou adivinhas, utilizando perguntas (Prov. 23,29ss; Ecl. 10,19; 22,14) Diálogos (Jó) Fábulas e alegorias (Prov. 5,15-23; Ecl. 12,1-6).

O processo de formação desta literatura também é lento e gradual, a antiga tradição judaica a remete a Salomão é o rei sábio por excelência, o mais sábio de todos (Provérbios, Coelet, Sabedoria, Cânt. Dos Cânticos) e a Davi (Salmos).

Para os Judeus, a verdadeira sabedoria humana tem uma fonte divina; Deus pode comunicar e comunica a sabedoria a quem lhe apraz. Eis porque os escritores Sapienciais se comprazem em contemplar a divina sabedoria : sabem que a deles emanou Dela.
Jó:

O livro aborda o tema por que sofrem os bons?. O povo de antigo de Israel via como castigo do pecado o sofrimento com isso aqueles considerados bons não sofriam, com o tempo foi se vendo que não era bem assim não necessariamente acontecia está realidade sobre o sofrimento. Esta concepção se impunha aos Judeus pelo fato de que ignoravam a existência de uma póstuma consciente; julgavam que após a morte o indivíduo perdia a lucidez da mente e se encontraria adormecido no cheol, incapaz de receber alguma sansão. Por isto admitiam a retribuição do bem e do mal nesta vida mesmo.

É com este pano de fundo que se realiza o livro de Jó um homem reto, que perde bens e saúde, três amigos diz para ele confessar os pecados graves que ele cometeu por ver tamanho sofrimento, mas Jó se diz inocente e diz que está situação é inexplicável. Eliu tenta dar uma explicação que o sofrimento dos bons é para que eles não se orgulhem. Deus então intervém calando Jó e seus amigos por que quem é capaz de sondar os desígnios da Providencia de Deus.

Deus é sábio demais para que precise prestar contar dos seus planos. Então Jó reconhece a sua incapacidade de julgar a Deus e Deus devolve a saúde e os bens materiais.

Por conseguinte, reverencia e confiança constituem a atitude que o autor sagrado quer incutir diante do problema da dor. Pondo em cheque a explicação antiga, ele não sabe propor nova sentença, que dependeria da revelação de vida póstuma consciente e da obra do Cristo Jesus.

Todavia o livro indica a solução pratica estritamente religiosa, que é valida até hoje. Sim; mesmo depois de Cristo o homem não pode indicar o porque de todos os seus sofrimentos; faça porem um ato de confiança absoluta na infalível Providencia Divina. E não será frustado.

O Novo testamento voltará a tratar do assunto, mostrando que o sofrimento é disposto por Deus não como mera punição do pecado, mas como remédio do próprio mal; o patíbulo da Cruz sobre o Calvário foi erguido como arvore da vida e da ressurreição gloriosa. O Homem portanto, não sofre unicamente para pagar um tributo à justiça mas para se purificar do pecado e voltar ao Pai com Cristo - que é suma felicidade.

É preciso para compreender o sofrimento olhar para as realidades futuras, vida após a morte, assim poderá colher os frutos das obras praticadas na terra. Em Jesus, o justo que sofre em expiação dos pecados alheios e ressuscita dentre os mortos vem com um sentido novo ao sofrimento. O livro de Jó se coloca em divisão entre uma mentalidade do antigo testamento para o novo testamento.

Comentário: O autor é um judeu. O herói do livro é um xeque edomita e o cenário é Edom (por volta da era patriarcal).

Data do livro: Pós Exílio, fim do séc. V, provavelmente. A Narrativa em prosa é anterior à composição poética (Ez 14, 14-20), parece ser muito antiga e conhecida. A história de Jó deve ter circulado oralmente durante muitos anos antes de ser lançada por escrito, como a temos atualmente.
Eclesiastes (Coélet)

O nome grego Eclesiastes é a tradução do hebraico Qoheleth = o homem que fala na qahal ou na assembléia, ou o orador, o pregador. Este autor pertence ao circulo dos sábios.

Característica: O livro discorre de falar da vaidade ou da deficiência dos bens. É um monologo, onde o autor discute consigo mesmo a respeito da possibilidade de encontrar a felicidade no gozo do prazer, no trabalho, no cultivo da sabedoria, nas riquezas, e verifica que em tudo existe decepções para o homem; todos os bens se assemelham a vaidade; isto é, a sopro ou vento: escapam quando alguém os quer segurar nas mãos.

Quem lê o livro, pode, à primeira vista, ficar confuso, por algumas realidades como: pessimismo em relação a tudo, parece não ter ideal, nem animo na vida, dar-se a impressão de materialismo por incentivar o gozo dos prazeres, todos viemos do pó e ao pó voltaremos.

Para ter uma compreensão real da realidade do livro é preciso verificar estes pontos:

• O autor de Ecl. não tinha uma consciência de uma vida póstuma. Compartilhava a idéia de que, após a morte, o ser humano entra em estado de torpor e se torna incapaz de receber a retribuição de seus atos bons e maus; por conseguinte Deus exerce sua justiça aqui na terra em todos os homens. Ora o autor de Ecl. tem um certo desanimo por ver que os ímpios são sadios, ricos e os fieis sofrem perseguições e miséria.

• O autor é um homem pratico que fala do que observa e experimenta. Fala que na verdade, ninguém vê a alma de um percorrer a sua trajetória depois da morte deste.

• Quando o Ecl. recomenda o gozo dos prazeres materiais ele não faz como os ateus: ao contrario, na falte de perspectiva de recompensa no além, ele convida seus discípulos a gozar dos bens que Deus lhes dá no decorrer desta vida. Tem algumas passagens que podemos verificar Ecl. 2,24; 9,9. Se Deus dá alguém prazer, o Eclesiastes julga legitimo usufrui-lo como sendo dom de Deus.

• As realidade sem nexo deste livro é um conflito do autor diante das possibilidades de encontrar a felicidade. Com isso ele chega a uma conclusão que a passagem Ecl. 12,13s. Esta conclusão bem mostra que o autor não é um cetico, nem um ateu; depois de haver discutido o problema da retribuição, ele o acha insolúvel; por isso, chama seu discípulo para o realismo: sejamos fieis a Deus e entreguemos nossas obras ao julgamento do Senhor. Nesta proposição está timidamente expressa a esperança de que haverá retribuição póstuma. Qualquer ímpeto de desespero ou revolta é superado por esse fecho do livro, que representa a ultima palavra do autor temente e submisso a Deus.

• As posturas de amargura significam a insatisfação da criatura humana que espera uma resposta cabal para os seus anseios naturais. Todo homem foi feito para a vida, a justiça, a verdade, o amor... de modo que, quando não os encontra sente amargura; O Ecl., através de suas afirmações quase irreverentes, pedia a revelação da vida póstuma consciente, na qual cada um encontrará a plena satisfação das aspirações mais fundamentais que Deus lhe deu. Assim o Ecl. segue caminho para o Evangelho; é um brado a demanda do Evangelho. A sua mensagem de temer a Deus e observar os mandamentos é absolutamente valida também para os Cristãos; no Novo testamento, porém, é completada pela certeza de que existe a justa retribuição no além, de modo que todas as desordens escandalosas da vida presente serão apagadas, cedendo à plena ordem.

Provérbios

É o livro mais representativo da literatura Sapiencial bíblica. O titulo Provérbios traduz o hebraico Meschalim que significa “sentenças, máximas, normas”.

O conteúdo do Provérbios serve para orientar sabiamente a vida do leitor, seja no plano individual, seja no social. Afirma claramente o temor de Deus como principio da verdadeira sabedoria e que só em Deus o homem deve colocar sua confiança. O livro consta de nove coleções. A coleção mais antiga é atribuída ao rei Salomão que são as duas primeiras coleções.

Salomão foi considerado o maior sábio de Israel, é chamado “Provérbios de Salomão”. Um ponto importante é o elogio da mulher virtuosa. Os escritores do novo testamento parecem aludir mais de uma vez a passagem em que a Sabedoria é personificada. Cristo é dito Sabedoria e poder de Deus em I Cor 1,24.30; Cl 2,3; existia junto ao Pai desde toda a eternidade, por ele tudo foi feito; habitou entre os homens por própria iniciativa; a estes comunica a verdade e vida. A liturgia adapta a Maria Virgem os textos de Pr 8,22-36. Este procedimento é justificado, pois Maria foi sede da Sabedoria e a obra-prima da Sabedoria Divina; a estes títulos, ela participa do elogio da Sabedoria .
Sabedoria

O livro é chamado, nos antigos manuscritos, Sabedoria de Salomão donde de fez livro da Sabedoria.
Este louvor a Sabedoria decorre em três partes:

1. 1,16-5,24 - A Sabedoria e fonte de retidão e de imortalidade. Comparações entre o justo e o ímpio; mostra que a prepotência dos maus sobre os bons na vida presente cederá à inversão das sortes. Os ímpios serão vitimas de horrível decepção ao passo que os justos reinarão com Deus na vida póstuma. O Sábio é aquele que desde a vida presente, sabe escalonar os valores de modo definitivo, não se deixando iludir por bens transitórios opostos a lei de Deus

2. 6,1-9,19 - A origem e os predicados da sabedoria são propostos. É dom de Deus, que deve ser implorado e que é, de modo especial, útil aos reis.

3. 10,1 - 19,20 - Retoma a primeira parte do livro. O autor estabelece uma comparação entre os ímpios (Egipicios idolatras) e os justos (Israelitas). Esta sabedoria guia coletividade do povo. Esta parte é uma re-leitura do Êxodo em estilo de Midraxe, isto é de modo a realçar a lição religiosa dos acontecimentos passados.

Do ponto de vista doutrinário, Sb é de grande importância não só por apresentar tal imagem da Sabedoria, mas também por desvendar um pouco a sorte póstuma do homem. A concepção do Cheol (lugar subterrâneo, onde estariam, inconscientes, bons e maus depois da morte) cede a noções mais próximas do Novo Testamento e mais exatas. Com efeito; segundo Sb, o homem, criado por Deus com especial benevolencia consta de corpo e alma. A alma não é preexistente ao corpo, existe uma harmonia entre corpo e alma. Deus fez o homem para a imortalidade, de acordo com a sua imagem, mas foi por inveja do diabo ou tentador que a morte entrou no mundo. Acontece, porém, que as almas dos justos, depois de vida reta levada na terra, gozam de plena felicidade ou do fruto de suas labutas. Assim o problema do mal, tão tormentoso para Jó, Ecl, se resolve na teologia do AT; a prosperidade dos maus e os sofrimentos dos bons já não são a ultima palavra de Deus; mas é após a vida terrestre que se exerce plenamente a justiça de Deus, restabelecendo a reta ordem dos valores.
Eclesiástico

Em hebraico é chamado: Palavra ou Sabedoria do filho de Sirac; grego chama de Sabedoria de Jesus, filho de Sirac ou Sabedoria de Sirac; os Cristãos de origem latina chamam de Eclesiasticus, pois o livro era apresentado aos catecúmenos preparando-se para o batismo, era um manual de iniciação dos bons costumes e à historia do Antigo Testamento; era o livro da Ecclesia (Igreja); daí dizer-se “Eclesiástico”.

Revela o pensamento Israelita evoluído. Alguns temas: Bom comportamento: temor de Deus, amizade, os anciãos, as mulheres, a riqueza, a pobreza, a doença, a medicina, os deveres de estado. Outro tema mais teológico que é o Saber: a gloria de Deus.

O ponto mais alto do livro como em provérbios e outros é a sabedoria personificada, mas agora é uma pessoa mais unida a Deus e distinta, o que de certo modo antecipa a realidade de João. Chama atenção também a realidade da identificação com a Torá (Lei).

Em Eclesiástico o autor assina o livro, chama-se segundo o LXX (Eclo 50,27(29) “Jesus, filho de Sirac, filho de Eleazar, de Jerusalém”. Sirac deve ter sido um sábio pertencente ao grupo dos sábios de Jerusalém. Ele mesmo apresenta uma peça notável sobre a sabedoria em si mesmo Eclo 51,13-30. Siracides desde Jovem estudou muito o antigo testamento, ouviu outros sábios, meditou em questões fundamentais da vida humana, viajou em terras estrangeiras consultando assim novas fontes de saber, fundou a “Casa ou Escola da Sabedoria” em Jerusalém. Ele era consciente da sua função de mestre por isso ele assinou o livro que ele fez. 50,27, isto não era costume do antigo testamento.

É um livro muito parecido com o Provérbios mais de uma disposição mais arrumada.

Salmos

Introdução:



Salmo vem do grego 'psalmo' que significa melodia (cantar hinos com o acompanhamento de cardas.

Psalterion significa melodia tirada de um instrumento de corda. Saltério = é coleção de 150 salmos colecionados em um livro próprio na Bíblia.

Os salmos foram cultivados pelo povo de Israel, individualmente e coletivamente. Sua forma geral é de poesia lírica e cantada, normalmente acompanhada de instrumentos de corda (Cítara ou harpa), Assim foi que os salmos foram florescendo no coração do povo ao longo da história de Israel.

Os Salmos são orações destinadas ao uso comunitário liturgico ou simplesmente redigidas para servir à piedade particular. Supõe diversas situações de animo: Adoração, louvor, perseguição, saudades do santuário, desejo de Deus, confissão dos pecados, alegria, tristeza, doença...

Eram escritos dependendo da situação que o povo estava vivendo. A composição do livro foi lenta e gradual, obra de diversos autores.
A Importância dos salmos na Igreja:

O saltério é a oração do próprio Jesus. Cristo não só interpretou, citou, rezou, mas sobretudo os viveu. Por isso também é a nossa oração, é a oração de Israel e da Igreja (Mt 27,39 - Sl 22,8 ; Mt 27,43 - Sl 22, 9 ; Jo 19,24 - Sl 22,19).

Os Salmos ocupam lugar de destaque na expressão orante católica (missas, liturgia das horas etc...).

Expressam sentimentos de confiança, de temor, de humildade, de esperança, de alegria, de júbilo ...

A oração salmódica é um diálogo entre o homem vivo e o Deus vivo.

Os Salmos devem ser vividos e não só recitados, pela Igreja os salmos são dirigidos a Jesus.
A Numeração dos Salmos:

Nas Bíblias, os salmos possuem duas numerações diferentes. Um dos números corresponde a numeração dos salmos na Bíblia Hebraica e o outro a numeração da tradução do "Setenta". A liturgia católica segue essa última numeração, mas é mais correto, biblicamente, citá-los pelo número original hebraico.
Texto Hebraico: Texto Grego:

1 – 8 1 – 8

9 – 10 9

11- 113 10 - 112

114 – 115 113

116 114 - 115

117-146 116 - 145

147 146 - 147

148-150 148 - 150

A diferença deve-se a algumas anomalias na transmissão dos salmos. Tem outras divergências no uso liturgico, anotações musicais, erros de copistas.
Os Salmos nas mais diversas circunstancias

Advento: 23, 71, 79, 84, 121, 129; Natal - Epifania: 2, 71, 88, 95, 97, 109, 131;

Quaresma: 1, 22, 24, 26, 41, 90, 94;

Paixão: 21, 39, 42, 54, 68, 115; Páscoa: 15, 29, 65, 92, 113A, 117, 125, 155;

Pentecostes: 32, 47, 67, 103, 147.;

Ação de Graças: 9, 29, 33, 49, 53, 65, 74, 91, 94, 99, 102, 106, 110, 115, 117, 135, 137;

Alegria: 4, 5, 15, 20, 29, 31, 35, 84, 118, 121, 125, 149.;

Ver: Louvor e Ação de Graças. Aliança: 24, 32, 43, 73, 88, 102, 118, 131, 147.;

Amor ( de Deus pelos homens): 8, 22, 24, 30, 32, 35, 84, 85, 99, 102, 104, 105, 114, 135, 142, 144, 145.;

Amor ( do homem para com Deus): 15, 17, 41, 62, 114-115, 118;

Ver: Cruz; Anuncio ( da Boa Nova): 18A, 32, 46, 47, 95, 97, 116, 144.;

Apóstolo (Festa dos): Ver: Anuncio; Assembléia: 21, 34;

Batismo: 8, 22, 28, 33, 41, 65.; Caminho: 1, 22, 24;

Ver: Peregrinação Colheita: 64, 66, 143; Combate Cristão: 16, 17, 26, 30, 34, 90, 119, 120, 143;

Confiança: 4, 12, 22, 24, 26, 30, 33, 36, 54, 61, 70, 90, 117, 124, 129, 145.;

Conhecimento de Deus: 18A, 62, 89, 118.; Conversão: 6, 31, 37, 50, 80, 84, 94, 101;

Criação: 8, 18A, 32, 64, 103, 135, 137, 138, 146, 148.;

Desejo de Deus: 15, 26, 41, 62, 72, 83, 118, 141, 142.; Doença: 6, 27, 29, 40, 87, 142.;

Escolha: 15, 79, 83, 118, 136, 140.; Esperança: Ver: Confiança.;

Espirito ( de Deus ): 50, 103, 142, 147.; Eucaristia: Ver: Ação de Graças; Fé: Ver: Confiança;

Fidelidade ( de Deus ): Ver: Amor; Fidelidade ( do homem ): Ver: Obediência: Guerra: 26, 43, 54, 59, 73, 78, 79, 82, 89, 119; Ver: Combate, Perseguição.;

Igreja: 32, 44, 45, 47, 67, 86, 99, 104, 121, 124, 147, 149.;

Julgamento ( de Deus ): 7, 9, 10, 16, 34, 49, 63, 74, 75, 81, 93, 95, 149.;

Justiça ( de Deus ): 47, 50, 64, 71, 84, 98, 110, 142, 144, 145.;

Justiça ( do homem ): 1, 14, 16, 23, 24, 25, 36, 100, 111, 127.;

Libertação: 3, 17, 19, 29, 55, 59, 67, 68, 76, 101, 106, 110, 113A, 117, 123, 135, 145, 146.;

Louvor: 32, 33, 46, 56, 65, 66, 95, 97, 112, 116, 148, 149, 150.;

Ver: Ação de Graças Mártires ( Festa dos ): 33, 115, 125, 144.;

Matrimonio: 20, 44; Morte: 4, 12, 15, 29, 41, 62, 87, 115, 141, 142.;

Nascimento: 8 Obediência: 18B, 39, 49, 100, 118, 122;

Oração: 5, 53, 69, 85, 101, 129, 140, 141.;

Palavra ( de Deus ): 11, 18, 28, 32, 55, 80, 94, 118, 129, 147.; Paz: 45, 84, 119, 121, 132.;

Pecado: 13, 35, 37, 57, 77, 105; Ver: Perdão; Perdão: 24, 31, 50, 64, 84, 102, 105, 129. Ver:

Pecado; : Peregrinação: 41, 83, 120, 121; Perfeição ( do homem ): Ver: Justiça ( do homem );

Perseguição: 3, 21, 34, 40, 42, 54, 55, 58, 63, 68, 70, 108, 139, 142.; Ver: Combate, Guerra.;

Pobres: 9, 10, 21, 33, 67, 68, 75, 85, 108, 112, 114, 137, 139, 145, 149. Povo de Deus: Ver:

Igreja; Provação: 21, 30, 38, 41, 56, 70, 72, 76, 87, 89, 90, 94, 101, 136, 137, 141; Ver:

Perseguição, Doença; Refeição: 22, 33, 77, 103, 144;

Reino ( de Deus ): 44, 92, 96, 97, 98, 109, 144, 149.; Renovação : 29, 50, 70, 84, 101, 102, 125.;

Riquezas: 36, 48, 61, 72.; Salvação: Ver: Libertação; Sofrimento: Ver: Doença, Perseguição,

Provação, Guerra, Pobres.; Trabalho: 103, 126, 127.; Unidade: 47, 86, 121, 132, 147.; Verdade:

Ver: Fidelidade; Vida: 15, 20, 21, 22, 33, 48, 89, 114, 141, 142.;

O Cântico dos Cânticos

1- Introdução:


O título deste pequeno livro é, na realidade, um superlativo, algo como: “o Cântico mais bonito”; o melhor cântico; “o canto por excelência”

2- Autoria e Data:

É tradicionalmente atribuído a Salomão, mas ele não é o autor.

A linguagem do livro é muito posterior a Salomão, provavelmente foi escrito por volta da primeira metade do séc. IV a.C.

3- Comentário:

O tema é o amor de Salomão pela Sulamita(a mulher digna de Salomão, uma interpletação alegórica - o esposo Deus e a esposa a filha de Sion ou seja o povo de Israel) que é guarda de vinhas e pastora.

O Autor do Cântico quis descrever as peripécias do amor que nasce e, após muitas vicissitudes, se consuma nas núpcias, para ilustrar o relacionamento vigente entre Javé, o Deus da Aliança, e Israel, o povo de dura cerviz rebelde. Em perspectiva Cristã, pode-se identificar o Cristo com o Esposo do Ct e a Igreja com a Esposa. Mais particularmente ainda, os místicos cristãos consideram sob figura da Esposa a Virgem Maria, e, por ultimo, toda e qualquer alma fiel. Sem duvida, o amor de Deus se revela, de modo muito vivo, na Paixão do Senhor Jesus, quando
Cristo se entrega pelos pecadores, contrariando todas as regras do bom senso humano.

Cenas de veemente amor e as descrições minuciosas da figura da esposa não devem escandalizar o leitor, mas lembram-lhe o estilo dos orientais, sempre dado a termos concretos e exuberantes; tais passagens devem levar a compreender ainda melhor o extraordinário amor de Deus pelo seu povo. Os grandes místicos descobrem no Cânticos dos Cânticos as fases da Vida Espiritual.

Os diversos poemas descrevem o curso deste amor: Começa com o primeiro despontar até a união nupcial, passando por fases de hesitação. Não existe uma seqüência lógica, todavia existe uma evolução progressiva em sentido do amor. Não fala de Deus, apresenta cenas de forte paixão; é o que tem provocado estranheza através dos séculos suscitando outras interpretações.
Vejamos algumas:

O Cântico é um poema de amor ( uma coleção de poemas de amor), com os temas típicos e os tópicos dos cantos de amor de todas as épocas (apresenta notadas semelhanças com canções de amor egípcias e sírias).

"No decurso dos séculos o Cântico foi interpretado de muitas maneiras, mas nenhuma obteve a aceitação universal". Os dois enfoques dominantes são os seguintes:

a) Interpretação Alegórica: A obra seria uma alegoria, Deus seria o Amado e o povo a amada (João fala de Jesus como noivo e dá a entender que a Igreja é a noiva - talvez por influência do Cântico). Essa linguagem (nupcial) é muito usada por profetas (Oséias, Jeremias e Ezequiel).

b) Interpretação literal : O Cântico é um louvor do amor humano como foi desejado e criado por Deus (Cantos de festa de casamento). No livro não se fala de Deus (diretamente): fala-se do homem e da mulher tal como são: "Não é bom que o homem esteja só".

"Atraindo a atenção para o elemento pessoal do casamento, o Cântico não só proporcionou uma visão mais equilibrada com enriqueceu o conceito de casamento: o amor revela o valor único de uma pessoa e estabelece uma real igualdade entre o homem e a mulher; é significativo que a liberdade de escolha por parte da mulher é aqui pressuposta como coisa evidente". No contexto também se percebe a concepção de união monogâmica e indissolúvel.

"Portanto, uma vez reconhecido o amor como elemento constitutivo do casamento, lado a lado com a fundação de uma família, o indivíduo deixou de ser absorvido no grupo. É um passo decisivo no que se concerne ao reconhecimento da dignidade pessoal de todo homem e de toda mulher".

O livro é interessante também do ponto de vista da cultura judaica, pois reproduz costumes matrimoniais até hoje vigentes no povo judeu: assim, por exemplo, a celebração das núpcias na primavera e durante sete dias: tais dias são chamados “a semana do rei”, pois, enquanto duram, o esposo e a esposa fazem as vezes de rei e rainha; antes do dia final, a esposa, tendo uma espada na mão direita dirige coros que cantam a beleza dos dois nubentes; finalmente, o esposo, acompanhado por seus amigos, vai buscar a esposa à noite e a leva para o seu domicilio.

Em suma, o Cântico dos Cânticos é mais um documento que, do seu modo, atenta o mistério da aliança de Deus com os homens, que enche toda a historia sagrada.

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