segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O VERDADEIRO SÃO FRANCISCO DE ASSIS - LITURGIA DIÁRIA , 06 DE OUTUBRO DE 2013 sábado, 5 de outubro de 2013




O VERDADEIRO SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Hoje fala-se muito em São Francisco de Assis : oras , então que conheçamos verdadeiramente , quem foi este extraordinário santo , a quem Nosso Senhor pediu que RECONSTRUÍSSE A SUA IGREJA !!



São Francisco de Assis é um santo muito conhecido pela devoção popular. Isso tem seu lado positivo, mas também seu lado negativo. Quando uma coisa fica muito conhecida é muito mais fácil de ser distorcida. E isso, infelizmente, tem acontecido com ele. Quem nunca ouviu falar que São Francisco é o santo da ecologia, do bom mocismo, da fraternidade com todos, etc? É muito comum mostrá-lo assemelhado aos hippies. Basta ver um filme sobre ele que, na época, ficou famosíssimo: Irmão Sol, Irmão Lua, do Franco Zeffirelli. Todo a gravidade da personalidade do Poverello é tratada aí como inexistente. Mas quem o conhece para além dos filmes e musiquinhas legais , sabe como ele sabia ser duro


A pobreza,  foi a grande amada de Francisco, ao ponto de ele chamá-la de esposa. Uma esposa exigente e uma bela viúva, pois seu primeiro esposo, fidelíssimo, havia sido o Cristo, morto na Cruz. Quem quiser, portanto, entender o santo de Assis deve mergulhar no mistério da Pobreza, não da pobreza social, que não tem nada a ver , mas no da pobreza de coração, daquela pobreza de que Jesus fala: felizes os pobres de coração porque deles é o Reino dos Céus


Esta pobreza é representada de modo perfeito e total pela Cruz do Senhor. Ela é símbolo do total esvaziamento do Filho de Deus. Portanto, serve como síntese perfeita da vida cristã. É por isso que São Francisco de Assis rejeitará atalhos e falsos caminhos e se tornará um santo do Crucificado. E sua proficiência neste caminho foi tal que ele chegou a receber nos seus membros os estigmas da Paixão


Somente quero dizer que, se quisermos entender Francisco, temos de olhar para algo mais do que a sua aparência e o fato de ele gostar de fazer carícias em animais e de falar com os pássaros. É na sua alma que reside o segredo que dá significado a tudo aquilo que ele fazia. Não o distorçamos. Peçamos, antes, a ele que interceda por nós a fim de que, também a nós, seja dada a graça de uma pobreza interior verdadeira, de um amor violento a Deus e de uma alegria e liberdade profundas!



São Francisco, então, resolveu ir até os maometanos, para tentar convertê-los ou morrer mártir. Foi até as tropas maometanas cantando os versículos do Salmo XXII: “Mesmo que esteja entre as sombras da morte, nada temerei, Senhor, porque Tu estás comigo” (e os protestantes diziam que os católicos desconheciam as Sagradas Escrituras…). É desnecessário dizer que, assim que viram os dois frades, os muçulmanos se precipitaram sobre eles para matá-los. “Sultão! Sultão!“, gritava Francisco com todas as forças. Os guardas julgaram que se tratavam de homens que vinham parlamentar e então acorrentaram e aprisionaram ao santo e ao frade que o acompanhava (o irmão Iluminado), batendo muito nos dois frades, até conduzí-los depois ao acampamento. Levado diante do sultão do Egito, Malek-al-Kamil, São Francisco pregou valentemente o cristianismo, a Santíssima Trindade, e atacou Maomé de modo nada ecumênico. Queriam matá-lo por isso, mas o Sultão não deixou. O sultão era o mesmo que mantinha relações amistosas com Frederico II. Curioso e um pouco cético, não lhe desagradava discutir com um sábio cristão os méritos comparados do Alcorão e do Evangelho. Ordenou, pois, que trouxessem à sua presença os inesperados parlamentares e, para se divertir um pouco, mandou estender na sua frente um tapete cheio de cruzes desenhadas, para obrigar os dois cristãos a pisarem o símbolo sagrado, o que Francisco fez sem a menor hesitação. “Como? Tu caminhas sobre a cruz de Cristo?“, exclamou o muçulmano, troçando. “Não sabes“, respondeu-lhe o santo, “que no Calvário havia várias cruzes, a de Cristo e a dos ladrões? Nós adoramos a primeira, mas, quanto às outras, deixamo-las com todo o gosto para vós, e, se vos apraz semear o chão com elas, por que havemos de ter escrúpulo em pisá-las?“


Os pacifistas modernos — contrários às lutas e às polêmicas — e sempre dispostos a dialogar com os inimigos de Deus e da Santa Igreja, dizem inspirar-se no exemplo de São Francisco. Se fossem sinceros, eles deveriam ir até os inimigos de Deus, e, como São Francisco, pregar a eles a religião verdadeira com destemor, e atacando as falsas religiões, assim como São Francisco atacou Maomé, diante dos maometanos . Se fossem mesmo sinceros imitadores de São Francisco, esses pacifistas deveriam propor, como ele, entrarem numa fogueira junto com os hereges e ateus, para ver quem sairia vivo


Mas, assim como não ouve nenhum disposto a aceitar o desafio de São Francisco, duvido que qualquer padre ou leigo pacifista e ecológico atual enfrentasse o fogo de um palito de fósforo para defender suas heresias . Se reduz a São Francisco á um simples idolatra da natureza , como fizeram acreditar , que o maravilhoso Santo Antonio , seja um reles santo casamenteiro , santo este que tinha dons extraordinários , como por exemplo a bi locação . E porquê estes grandes santos deram e consumiram suas vidas ? Para a salvação das almas , pois é apenas e somente isto que nos importa (ou deveria importar)


No decorrer do verão de 1210, Inocêncio III viu apresentar-se numa audiência um rapaz franzino, de olhar ardente, vestido com a grosseira túnica e capuz dos camponeses da época, a cintura apertada com uma corda e os pés nus dentro de sandálias . O homenzinho começou a falar com uma voz veemente e doce, sem nenhum constrangimento, com a serenidade e a força persuasiva daqueles que se entregaram por completo a um alto desígnio

Ao escutá-lo, em silêncio, o pontífice sentiu-se invadido por uma angústia estranha, mas alegre. Não tivera ele, nessa mesma noite, um sonho que correspondia aos seus mais dolorosos pensamentos? A basílica de São João de Latrão, igreja-mãe da Igreja, oscilava, prestes a desmoronar-se, mas surgia um homem enviado por Cristo, que, sozinho, apoiando-se contra as muralhas vacilantes, impedia a catástrofe. Era um homem magro, jovem, rosto de asceta, olhar inflamado, vestido com um humilde burel, o retrato exato daquele que estava ali de pé na sua frente


Inocêncio III sabia julgar os homens; num instante, esse que tinha diante de si conquistou-lhe a estima. Nenhum orgulho, nenhuma dessas teorias que faziam mais mal do que bem; não pretendia fundar uma nova Ordem nem expor os méritos da Regra que havia elaborado. Quando o interrogavam sobre os seus princípios, citava três frases do Evangelho: aquele em que se diz que, para servir a Cristo, é preciso abandonar todos os bens (Mt XIX, 21); aquela em que se ordena às testemunhas da Palavra divina que partam pelos caminhos sem ouro e sem túnica, sem alforje e sem bordão (Lc IX, 3); e, finalmente, aquela que formula a única lei definitiva: Todo aquele que quiser seguir-me renuncie a si mesmo e tome a sua cruz (Mt XXVI, 24)


Comovido com tanta simplicidade e impressionado pelo espírito de submissão que se notava nas menores palavras do seu visitante, Inocêncio III pensou que a Providência acabava de satisfazer a sua expectativa. Tinha diante de si um desses fiéis do Grande Pobre, tal como o havia desejado. Rompendo por fim o seu longo silêncio, exclamou: “Na verdade, é por meio deste homem piedoso e santo que a Igreja de Deus será restabelecida nas suas bases!”. Depois desceu do seu trono, abraçou aquele pequeno pobre e, dirigindo-se ao reduzido grupo dos discípulos, acrescentou: “Ide com Deus, meus irmãos, e pregai a penitência segundo a inspiração do Senhor. E, quando o Todo-Poderoso vos tiver feito crescer, voltai a procurar-me e eu vos concederei então muito mais do que hoje”


E assim acabava de abrir-se uma admirável página no livro em que a História escreve os grandes acontecimentos da Igreja. Francisco era então um jovem de vinte e oito anos apenas, de estatura que mal chegava à média, magro e dotado de grande distinção. Todos os retratos que se conhecem dele coincidem em mostrá-lo como uma pessoa franzina, de pouca barba, traços regulares e finos, grandes olhos negros e brilhantes, e os lábios entreabertos num sorriso. Mas o mais impressionante de todos esses retratos, o de Cimabue, na igreja de Assis, deixa-nos adivinhar também uma alma meditativa e exigente, um caráter de ferro sob a aparência de doçura


Era generoso, quase até ao excesso, serviçal – com uma simplicidade que vinha do coração -, um desses homens, enfim, tão visivelmente comunicativos que a pessoa mais grosseira não lhes pode resistir. Mas tanta graça ocultava a mais enérgica virtude, uma vontade sem brechas . Não hesitava em dizer aquilo que entendia ser verdadeiro e justo


A sua alma abria-se de todo às forças da natureza, puras e intactas, como aconteceu ao primeiro homem na primeira primavera (não, ele jamais foi esotérico, nem é membro do Greenpace, assim como não é pacifista…) . A fé, que outros teriam reduzido a umas fórmulas ásperas, não era para ele a “secura” dos dogmas e a “dureza” dos mandamentos, mas como um santo que se preze, compreendia-os e por isso a eles se submetia com um fervor alegre e uma gratidão mística


Quando o Senhor fala, quem pensa em afastar-se?, diz o profeta. O Senhor!… Foi Ele que Francisco reconheceu naquele leproso cheio de pústulas que encontrou no caminho e que beijou na boca ; Foi ele que Francisco pressentiu – inefável presença – nas horas de oração solitária nas grutas da montanha; foi a Ele também que em Roma, por ocasião de uma peregrinação, Francisco quis servir durante horas, mendigando entre os mendigos, por humilhação; foi a Ele, sobretudo, que, num dia de deslumbramento e mistério, enquanto orava diante do velho crucifixo bizantino da capela arruinada de São Damião, Francisco ouviu ordenar-lhe com uma voz doce, mas irresistível: “Francisco, vai e reconstrói a minha casa, porque está a ponto de desabar”



Na vida, certos gestos são definitivamente comprometedores, faça-se depois o que se fizer. Sacrificar tudo, abandonar tudo, obedecer a essa ordem que o jovem rico do Evangelho recebera e não escutara: esse é o único modo de ser discípulo d’Aquele que quis ser na terra o mais despojado dos homens, viajante sem bagagens, sem sequer um lugar para reclinar a cabeça. Aos vinte e cinco anos e para sempre, Francisco compreendeu que a sua missão era ser pobre ao lado do maior dos pobres. A partir desse momento, casava-se com a santa Pobreza


(N. Cop: no século XX, a Teologia da Libertação declarou guerra a esta mesma pobreza, e casou-se com a revolução)


Francisco se punha a falar de Deus e da sua justiça, da necessidade da penitência e da renúncia . encontrava almas que vibravam em uníssono e homens que se dispunham a seguir os seus passos



O que prova esse caso da vida de São Francisco é que certos hereges e infiéis nem com o exemplo de um santo como São Francisco se convertem. Nem com a promessa de um milagre. Ora, se nem a santidade de um São Francisco conseguiu converter certos pecadores, não será o diálogo ecumênico , argumentos pseudo teológicos que vai conseguir isso

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