terça-feira, 13 de outubro de 2009

Maria na História da Salvação


Maria na História da Salvação
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"Os livros do Antigo e do Novo Testamento e a tradição mostram, o modo que se vai tomando cada vez mais claro, e colocam, diante dos nossos olhos a função da Mãe do Salvador na Economia da Salvação. Os livros do Antigo Testamento descrevem a história da Salvação, que a passos lentos, a vinda de Cristo ao Mundo. Estes primeiros documentos, tais como são lidos na igreja e entendidos à luz da Revelação Completa, iluminam pouco a pouco, sempre com amor clareza, a figura de uma mulher, a da Mãe do Redentor". (LG 55)

· Ao longo do Antigo Testamento conhecemos Maria profeticamente esboçada na longa espera da promessa que termina quando os tempos atingem sua plenitude, e o filho de Deus assume dela a natureza humana para nos salvar. Deus previu de longe a Virgem Maria, e a preparou, esboçando alguns traços de sua fisionomia, de modo que, considerando alguns textos do Antigo Testamento, vemos que nele estava latente o que se tornou presente no novo. Jesus e Maria estão prefigurados por outras pessoas e por profecias narradas no Antigo Testamento. Deus em um ato de amorosa condescendência, quis fazer conhecer e amar pêlos homens a Sua Mãe Santíssima, mesmo antes que ela tocasse a terra com seus pés imaculados. Não se pode negar que Maria tem seu papel singular na História da Salvação da humanidade, Assim todos os povos, que ansiavam pela salvação, estiveram `a espera de Jesus como de Maria, Mãe universal do Criador e das criaturas. Maria pertence, ao mesmo tempo, à Antiga e à Nova Aliança: Ela encerra o Antigo Testamento e abre o Novo, inaugurando a plenitude dos tempos. Ela une o povo de Israel ao Salvador esperado, pois o Antigo Testamento não é senão uma longa expectativa do Salvador. Através dos anseios dos Patriarcas e dos Profetas, sentimos a presença de Maria delineada, esboçada, cada vez mais nítida e precisamente. Maria assim resume e encarna a longa preparação de vinte séculos, que precederam a vinda do Messias. O povo de Israel fora escolhido por Deus para ser o instrumento de Seus planos em relação aos outros povos. Em Maria, filha do povo de Israel verdadeiramente fiel ao pensamento de Deus e ao Seu apelo, o amor de Deus vai realizar-se no seu desígnio de Salvação universal. Escreve o Pe. Daniélou: "Ela não é somente a filha de Israel, mas aquela por quem a raça de Israel se projeta sobre a humanidade inteira, pois ela é tanto filha de Abraão quanto filha de Davi, e ao mesmo tempo, Mãe da Divina Graça, mediadora universal, Mãe do gênero humano... é Aquela que aceitou não ser somente judia; consentiu que seu coração se dilatasse até os limites do mundo...Ao fim da história de Israel, a Virgem Maria é verdadeiramente o êxito perfeito do que Deus tinha Querido realizar." O plano divino da Salvação, que nos foi revelado plenamente com a vinda de Cristo "compreende em si todos os homens, mas reserva um lugar singular à mulher que foi a Mãe daquele ao qual o Pai confiou a obra da Salvação "(S. João Damasceno) . Diz João Paulo II na sua Carta Encíclica "Redemptoris Mater', que "A Mãe do Redentor tem um lugar bem preciso plano da Salvação porque ao chegar a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho nascido de uma mulher, nascido sob a Lei, a fim de resgatar os que estavam sujeitos à Lei para que recebêssemos a adoção de Filhos"(Gl 4,4-6). Maria é assim a mulher da qual nasceu Redentor e a nossa filiação divina. No momento em que o Espírito Santo plasmou no seio da Virgem Maria a natureza humana de Cristo, o Verbo Eterno, que estava junto do Pai entra no tempo, e o tempo se toma "tempo de Salvação". Assim é que Cristo e Maria Santíssima se tornam indissoluvelmente ligados na história da nossa Salvação. Nossa Senhora é como uma carta de Deus para a humanidade, escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus, não em tábuas de pedra, mas em tábua de carne, usando as palavras de São Paulo à igreja de Corinto (II Cor 3,2-3). A comparação é muito justa, pois Maria é Mãe de toda a Igreja e Modelo para todos os Cristãos. Ninguém como ela acolheu a palavra de Deus e a pôs em pratica tão fielmente. Devemos ler esta carta que é Maria, trilhar um caminho de escuta e de obediência à palavra de Deus, por uma docilidade ao Espírito Santo.

Alguns têm afirmado ser supérflua a devoção à Nossa Senhora, e alegam a verdade de que Deus, sendo onipotente, poderia salvar a humanidade sem Maria. De fato Deus, em Sua onipotência, poderia nos salvar até sem a Encarnação do Seu Filho, mas foi justamente usando Sua onipotência que Ele livremente, decidiu fazê-lo deste modo. ASSIM E POR LIVRE DECISÃO DIVINA, Nossa Senhora tem um lugar bem preciso na História da Salvação de toda a humanidade. No Seu Amor e Sabedoria, o Pai realmente decidiu colocar Maria dentro do Mistério de nossa Salvação.

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