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quinta-feira, 28 de março de 2013

Lenda de S. J. de Ribamar






LENDA DE SÃO JOSÉ DE RIBAMAR

         Tem este nome uma igreja, distante da ca­pital 7 léguas, edificada na extremidade da ilha do Maranhão, frente à baía de São José.         Foi em seu princípio, aldeia de Índios ga­melas, provida de pároco ou missionário, em 2 de julho de 1757, até o dia 5 de agosto do mesmo ano, quando aí foi o governador Gonçalo Pereira Lobato e Souza em companhia de várias pessoas e, em presença do padre jesuíta José Vellez Vidigal, que ai residia, declarou que, conforme o alvará, com força de lei, com data de 7 de junho de 1755, re­movia os regulares da administração tempo­rária dela, restituía aos índios a liberdade de suas pessoas, e elevava esta aldeia à catego­ria de lugar com a mesma denominação.         Soube o governador não haverem terras algumas pertencentes à dita aldeia, por se achar dentro das terras dos religiosos da Companhia de Jesus, concedidas por datas e sesmarias, além doutros títulos anteceden­tes, pelo governador deste Estado, Francisco Coelho de Carvalho, em 16 de dezembro de 1627, as quais foram demarcadas e tombadas, havia pouco tempo pelo ouvidor Mathias da Silva Freitas, em virtude da provisão de 13 de março de 1729, pelo qual a constituiu sua majestade Juiz de tombo de todas as terras destes padres, como tudo lhe constou dos au­tos do mesmo tombo, apresentados pelo dito ouvidor.         Não obstante isto, não tendo os índios ter­ras próprias para sua cultura, entendeu o governador que era necessário adjudicar-lhes qualquer terreno, embora fosse dos padres da companhia, ou de outras pessoas, sem em­bargo dos títulos, que tivessem, e tudo isto era execução da real ordem de sua majestade, de 6 de junho de 1755.         Para este fim, mandou chamar à sua pre­sença os louvores seguintes: João Ferreira Andiroba, Theodoro Amado Annes, Theodoro da Silva e Francisco Xavier Correia, aos quais sob juramento dos santos Evangelhos, pediu que marcassem, terras quanto bastas­sem não só para subsistência dos atuais índios, como também para com casais que pre­tendiam introduzir neste lugar.         Os louvados foram mais longe do que lhes fôra devido, pois marcaram terras para a subsistência de 200 casais durante um século, como se vê do termo lavrado pelo tabelião Bernardo Marques de Matos no dia, mês e ano da criação do lugar. É tradição corrente que em seus princípios tivera ricas alfaias, vasos e adornos de ouro e de pratas oferecidos pelos fiéis que aí vinham em devota romaria. E tão verdade é que, em 15 de junho de 1825, o vigário geral José Constantino Gomes de Castro nomeou ao revdme. Padre João Beckman e Caldas pa­ra proceder inventário da prata, móveis e mais coisas que fossem do uso da igreja, à vista da má arrecadação das suas alfaias.         Tudo isto desapareceu por ocasião da balaiada em 1339.         Corre como certo, que, outrora, um navio português, que demandava o nosso porto, en­ganando-se na barra fora até à baia de São José e, quanto a tripulação assustada o via em perigo, houve uma voz, que, cheia de fé, invocou a proteção de S. José, e imediatamen­te uma onda livrou o navio dos terríveis bai­xios, que aí se encontram.         Passados muitos anos regressou de Portu­gal o capitão deste navio, trazendo a imagem, do Santo. Levantou, em frente da baía, onde se deu o milagre, modesta capela, em que colocou a imagem.         Os habitantes, da capital, desejosos de pos­suírem tão linda imagem, alta noite e, às ocultas, a removeram para a matriz, e, no dia seguinte com grande pasmo, desapareceu o Santo e abrigou-se na sua capelinha.         Novo roubo fizeram, e, dando-se da parte da imagem igual procedimento, aí a deixa­ram visto que tal era o seu desejo.

FONTE;http://pascomsjr.blogspot.com.br/p/lenda-de-sao-jose-de-ribamar.html

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