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domingo, 1 de maio de 2011

Em clima de exaltação, Bento XVI proclama João Paulo II beato

Em clima de exaltação, Bento XVI proclama João Paulo II beato

Mais de um milhão estão na praça São Pedro, no Vaticano; beatificação de papa é a primeira realizada por antecessor

01 de maio de 2011 | 5h 44
José Maria Mayrink
Atualizada às 8h07



Multidão na praça de São Pedro acompanha cerimônia de beatificação neste domingo
CIDADE DO VATICANO - Bento XVI proclamou neste domingo, 1, beato seu antecessor, João Paulo II (1920-2005), em uma cerimônia na praça de São Pedro do Vaticano. Mais de um milhão de pessoas, de todo o mundo, estão no local, acompanhando com exaltação. É a primeira vez que um papa beatifica seu antecessor.
A beatificação foi proclamada por Bento XVI às 10h38 locais (5h38 em Brasília), enquanto os presentes à praça de São Pedro e às ruas e praças adjacentes romperam em aplausos que duraram vários minutos, enquanto soava uma música sacra. Os organizadores precisaram pedir recolhimento da multidão.
Entrada
O papa Bento XVI chegou ao local no papamóvel, precedido de dezenas de cardeais. Ao chegar, foi aplaudido pelos presentes. Entre os cardeais pesentes em Roma está Mieczslaw Mokrzycki, que foi secretário de João Paulo II.
Na cerimônia, Bento XVI utilizou o mesmo cálice que o antecessor usou durante seus últimos anos. Ele vestiu uma estola e uma mitra que pertenceram a João Paulo II. Na fachada principal da basílica de São Pedro foi exposto um retrato de tamanho gigante do novo beato, no qual se vê Karol Wojtyla sorrindo com a estola vermelha, em uma foto de 1995.
A proclamação aconteceu depois que o cardeal vigário de Roma, Agostino Vallini, acompanhado do postulador da causa, o monsenhor polonês Slawomir Oder, solicitou ao papa a beatificação. Na sequência, houve a leitura de uma biografia do primeiro pontífice polonês da história, nascido em Wadowice em 18 de maio de 1920 e morto em Roma no dia 2 de abril de 2005.
"Acolhendo o desejo do cardeal Agostino Vallini, nosso vigário geral para a diocese de Roma, de outros irmãos no episcopado e de muitos fiéis e após ter obtido o parecer da Congregação para a Causa dos Santos, com Nossa Autoridade Apostólica concedemos que o venerável servo de Deus João Paulo II, papa, de agora em diante seja chamado beato", foi a fórmula de beatificação pronunciada por Bento XVI.
O papa estipulou que a festa litúrgica do novo beato seja realizada em 22 de outubro, aniversário do começo de seu Pontificado (em 1978). De acordo com a rádio do Vaticano, o culto, que inicialmente será limitado a Roma e à Polônia, país do papa, poderá ser realizado também em outros locais, "a pedido dos responsáveis de outras dioceses".
Após a proclamação, as câmaras de televisão focaram o caixão de João Paulo II, colocado perante o altar maior da basílica de São Pedro. Sobre o ataúde foi colocado o Evangeliário de Lorsch, de época medieval, um dos mais prezados evangeliários custodiados na Biblioteca Apostólica Vaticana. Contém os evangelhos de Lucas e João.
Na sequência, a freira polonesa Tobiana, que cuidou de João Paulo II até que ele morreu, e a francesa Marie Simon Pierre, cuja cura do mal de Parkinson de maneira inexplicável para a ciência motivou a beatificação do papa, levaram até o altar maior um artístico relicário fabricado para a ocasião.
Durante apenas seis anos de pontificado, Bento XVI já proclamou 34 santos e quase 600 beatos.
Cuba
O cardeal cubano Jaime Ortega está em Roma. De acordo com o enviado do Estado ao Vaticano, José Maria Mayrink, Cuba é o único país comunista com um representante na cerimônia de beatificação de João Paulo II. No sábado, Ortega disse que as igrejas católicas em Havana soariam os sinos para celebrar a beatificação.
Ainda em Cuba, o cardeal convocou os fiéis a uma missa que seria celebrada na catedral de Havana. Em janeiro de 1998, o papa João Paulo II realizou uma visita histórica ao país, que permitiu a reabertura das relações entre a Igreja e o regime comunista de Havana.
Durante o congresso do Partido Comunista de Cuba, no último dia 16 de abril, o presidente Raúl Castro elogiou o diálogo com a Igreja católica, marcado pelo "respeito mútuo, a lealdade e a transparência".
Com agências internacionais


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