Morre menino que contraiu pneumonia no Socorrão II
Gustavo Augusto ficou internado por 48 dias no hospital por causa de uma crise convulsiva.Diego Torres/ O Estado
De acordo com Claudete Pletsch, amiga que acompanhou a luta da mãe, Maria Verônica Cruz da Silva (27 anos), a criança estava internada desde o dia 23 de outubro no Socorrão II, em virtude de uma crise convulsiva. Desde o primeiro dia em que Gustavo foi internado no hospital, seu quadro clínico piorou. Menos de uma semana depois da internação, um exame identificou que ele contraiu pneumonia e uma grave infecção hospitalar, mas mesmo assim permanecia "no colo da mãe em um banco de concreto, junto com nove crianças, com seus acompanhantes", afirmou Claudete Pletsch.
A revolta da família e dos amigos com o hospital é ainda maior, porque foi o agravamento da infecção que impossibilitou a transferência para o Hospital Dr. Juvêncio Mattos. "Nós já havíamos conseguido tudo. Já tínhamos um leito aguardando a chegada de Gustavo, mas em razão da infecção, em estado muito avançado, os diretores do hospital informaram que ao primeiro sinal de melhora ele seria transferido para que não comprometesse a saúde dos demais pacientes do (hospital) Juvêncio Mattos", explicou a amiga.
No dia 17 de novembro, a situação da criança e de sua família foi mostrada em O Estado. Ele permanecia sob os mínimos cuidados da equipe de médicos e enfermeiros do Socorrão II. "Eu tive de dar uma de doida para meu filho poder ficar num leito um pouco melhor", informou Maria Verônica à época. Na mesma reportagem, a mãe afirmou que seu filho entrou no Socorrão II com um problema e sairia com outros piores.
Segundo o diretor-geral do Socorrão II, o médico Ademar Bandeira, o prontuário médico de Gustavo indicava paralisia cerebral, epilepsia e a suspeita de pneumonia, informação contestada pela mãe. "O único problema que meu filho apresentava era a crise convulsiva, nada mais que isso", rebateu Maria Verônica.
Superbactéria
Ademar Bandeira descartou a possibilidade de contaminação pela bactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase, (KPC). Ele disse que seria irresponsabilidade dos médicos se houvesse a mínima suspeita e o menino fosse mantido fora do isolamento. "Se o Gustavo estivesse com a KPC não haveria a menor possibilidade de mantê-lo apenas em um leito de UTI. Se isso acontecesse, ele já estaria em isolamento", enfatizou Bandeira.
Já o superintendente de Vigilância Sanitária, Arnaldo Melo Garcia, preferiu ser mais moderado e embora não tenha descartado a possibilidade de contaminação, afirmou que somente após uma nova vistoria e com base em relatórios, refutaria a inexistência de KPC no Socorrão II. "Mesmo com a afirmação de não contaminação no Socorrão II, será enviada uma equipe técnica da Vigilância Sanitária àquela unidade, para, somente depois de realizados todos os exames, descartarmos a existência da superbactéria lá", finalizou o superintendente.
FONTE:http://imirante.globo.com/noticias/2010/12/11/pagina261566.shtml
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