segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

FELIZ 2013


Faço minhas palavras a mensagem do Pe. Joãozinho.









Ano Novo, vida nova.
Tempo de avaliar o que passou,
para repetir os acertos e corrigir as falhas,
para perdoar e esquecer as mágoas.

É hora de recomeçar.
Tantas coisas aconteceram e,
no meio da pressa,
parece que nunca temos tempo para realizar nossos sonhos e projetos.

Mais um ano se passou.
Foi tudo tão rápido.

Você olha para trás e vê sucessos e decepções, tristezas e alegrias, fantasias e realidades.

O peso do ano velho ainda está em seus ombros, em sua vida, em seu coração.

É tempo de parar.
Decrete alguns dias de paz.
Dê férias ao coração.
Aceite meia hora de silêncio.
Contemple uma flor.
Deixe que sua voz interior grite.

Nosso complexo de onipotência cria a ilusão de que podemos funcionar sempre, sem descanso. O resultado é trágico: estresse, o mal do século.

Pare um minuto.

Reze.

Olhe para o Universo e veja o que existe de bom.

Exercite-se na arte de ser feliz.

Confraternize com todas as pessoas de todo o mundo.

Bento XVI encorajou jovens a serem «portadores da comunhão»


 Bento XVI encorajou jovens a serem «portadores da comunhão»


Papa acolheu participantes do Encontro Europeu promovido pela comunidade ecuménica de Taizé em Roma
Lusa
Cidade do Vaticano, 29 dez 2012 (Ecclesia) – Bento XVI recebeu hoje no Vaticano os milhares de jovens participantes no encontro europeu promovido pela comunidade ecuménica de Taizé e disse-lhes que Deus “não os deixa sozinhos”.
Num momento de oração que decorreu na Praça de São Pedro, o Papa recordou também a figura do fundador da comunidade, o irmão Roger, como “testemunha infatigável do Evangelho de paz e de reconciliação, animado pelo fogo de um ecumenismo de santidade”.
Bento XVI encorajou os jovens a serem “portadores da comunhão” e chamou-lhes “pequenas luzes” para a sociedade que merece “uma distribuição mais equitativa dos bens da terra” e “uma nova solidariedade humana”.
Até 2 de janeiro, estão programados para Roma encontros de oração, reflexão e vida comum nas paróquias e nas famílias que acolhem estes jovens vindos de diversos países, incluindo Portugal.
O irmão Alois, atual prior de Taizé, realçou em entrevista à Rádio Vaticano que “muitos jovens vivem um momento difícil economicamente, por isso é ainda mais importante ir à fonte da fé" para encontrar "um encorajamento para o futuro”.
Os jovens “católicos, mas também ortodoxos e protestantes”, querem “viver no sinal de Cristo” e celebrar juntos estes dias, acrescentou.
Em relação ao novo ano que se avizinha, o prior de Taizé espera que se encontrem “novos caminhos de solidariedade” e que seja um “ano de paz em muitos lugares do mundo, como a Síria e onde há guerra e violência”.
O irmão David, português que integra a organização do evento, descreve em texto publicado pelo Semanário Agência ECCLESIA a 35ª etapa da ‘Peregrinação de Confiança através da Terra’ iniciada pelo irmão Roger.
“Inserido no programa do Ano da Fé, este encontro vai reunir 40 mil jovens de todo o continente europeu para seis dias de reflexão, oração e partilha com paróquias, famílias e comunidades religiosas da capital italiana”, assinala o monge de Taizé, pequena localidade francesa que acolhe a casa-mãe da comunidade cristã, cerca de 390 km a sudeste de Paris.
O monge português admite que o facto de decorrer em Roma vai dar ao encontro “uma fisionomia um pouco diferente” daquela que teve nos últimos anos, depois de Bruxelas, Poznan, Roterdão e Berlim.
Um programa que, de acordo com o irmão David, “deseja ajudar os jovens peregrinos a situar a sua própria procura de sentido numa dimensão mais vasta, a da humanidade em busca da sua unidade e da de todos os discípulos de Jesus Cristo”.
“Para dar uma esperança renovada a uma Europa ameaçada pela asfixia e para ser fermento de solidariedade entre todos os povos, a Igreja tem um papel único a desempenhar”, conclui.
Lisboa acolheu um Encontro Europeu de Taizé, entre 28 de dezembro de 2004 e 1 de janeiro de 2005.
LFS/OC

Igreja: Mais de 100 mil cristãos mortos por causa da sua fé em 2012



Dados do Observatório da Liberdade Religiosa
Lisboa, 30 dez 2012 (Ecclesia) - Pelo menos 105 mil cristãos morreram pela sua fé em 2012, segundo o Observatório da Liberdade Religiosa, que opera a partir de Itália.
O sociólogo e coordenador do observatório, Massimo Introvigne, fala em “proporções espantosas” e diz que são muitas as zonas de risco.
“Podemos identificar três zonas principais: Os países onde o fundamentalismo islâmico é mais forte, como a Nigéria, Somália, Mali, Paquistão e algumas zonas do Egito; os regimes totalitários comunistas, encabeçados pela Coreia do Norte, e aqueles onde existem nacionalismos étnicos, como o Estado de Orissa, na Índia”, afirmou, em entrevista à Rádio Vaticano.
Nalguns destes locais a prática religiosa cristã é expressamente proibida, noutras até as mais ténues demonstrações de fé acarretam riscos.
“Em muitos destes países ir à missa ou à catequese – na Nigéria houve uma matança de crianças que estavam na catequese –  transformou-se em algo perigoso”, destaca Introvigne.
O ano que passou ficou marcado, para além das mortes, pelo caso de Rimsha Masih, menina cristã paquistanesa acusada de blasfémia por ter alegadamente queimado páginas do Corão, que viria a ser ilibada e libertada apesar das ameaças dos fundamentalistas islâmicos.
RR/OC
Internacional | Agência Ecclesia | 2012-12-30 | 02:04:38 | 1249 Caracteres | Direitos humanos

sábado, 29 de dezembro de 2012

calendário 2013 - Nossa Senhora Aparecida - Brasil

Poder dos anjos sobre o homem


Poder dos anjos sobre o homem
  Frei Erick Ramon



O anjo pode produzir efeitos corpóreos maravilhosos. Ele pode, através do movimento que imprime à matéria, produzir mudanças nos corpos, mas de tal forma que apenas se sirva da natureza, desdobrando as potencialidades dela. Assim ele pode, nos homens, favorecer ou impedir a nutrição ou provocar doenças. Mas ele não pode fazer qualquer coisa que esteja completamente acima da natureza, como, por exemplo, ressuscitar pessoas mortas. O anjo tem ainda o poder de favorecer ou impedir os movimentos da sensualidade, a delectação, a dor, a ira, a memória e afetar de vários modos os sentidos externos e internos, isto é, os cinco sentidos, a memória e a imaginação. Do mesmo, modo o anjo pode aguçar a força da inteligência e, de um modo indireto, mover quer o intelecto — excitando imagens na fantasia ou propondo questões — quer a vontade, solicitando-a para que escolha algo. O anjo pode formar para si um corpo com o qual aparece aos homens como, por exemplo, o arcanjo São Rafael fez com Tobias.  Santo Agostinho diz que os anjos aparecem aos homens com um corpo que eles não somente podem ver, mas também tocar, como é provado pela Escritura (Gen 18, 2ss; Lc 1, 26ss; At 12, 7ss; o livro de Tobias).
O anjo move o corpo que assume, como nós poderíamos mover um boneco, dando a impressão de que ele está vivo, fazendo-os imitar os movimentos do homem. Quando São Rafael parecia comer na companhia de Tobias, ele apenas fazia o corpo do qual estava se servindo mover-se como faz um homem nessa circunstância, mas sem consumir o alimento. Os espíritos angélicos não podem fazer milagres propriamente ditos, mas sim coisas maravilhosas, que ultrapassam o poder humano, não porém o angélico. Por exemplo, graças ao seu poder e conhecimento extraordinário, podem curar doenças, restituir a vista a cegos (Tob 11, 15); fazer prodígios como elevar uma pessoa e carregá-la pelos ares (Dan 14, 15), fazer falar serpente (Gen. 3, Iss), etc.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Paternidade responsável: a importância e os deveres do pai na família





Vindo de dignidade semelhantes, os deveres do pai não podem ser senão sagrados, e, portanto, formidáveis. Há dois: O dever da vida, e o dever da educação.

Sobre o dever da vida não insistirei.

Mas ser-me-á permitido dizer-vos, meus senhores, qual é a vossa responsabilidade. Deus teve, portanto, essa confiança em vós, deu-vos esta honra: abdicou, em vosso favor, o poder de criar.
A espécie inteligente e livre, a raça humana está nas vossas mãos. Mas esteja ou não esteja; multiplique-se larga ou parcimoniosamente: isso depende de vós.

Seja nobre ou baixa, resplandecente de virtudes ou podre de vícios: isso depende de vós.

Pode descer abaixo dos selvagens ou dar-nos ainda muitas santas Clotilde, S. Luiz, Joana d' Arc, S. Vicente de Paulo: é a vós que compete decidir; e isso depende de cederdes aos atrativos das paixões de colocardes a moral e a religião em vossos costumes; pois que, com o poder de dardes a vida, tendes a necessidade de transmiti-la tal como a tendes, tal como a preparastes. É uma responsabilidade a mais!

Atualmente (noto eu, meus senhores) há homens que compreendem a honra e não recuam em face do sacrifício. Refletem, rezam, consultam, quando é preciso; não temem a luz; procuram lealmente a vontade de Deus: a lei divina é sagrada para eles.

Sabem que cuidados requer a saúde de sua esposa, que é o bem dos filhos já nascidos; mas sabem também que é bom o multiplicar a vida, e a sua confiança em Deus modera os receios que o futuro lhes poderia inspirar. Toda a questão de ambição, de bem-estar, de egoísmo é posta de parte: antes de tudo está o dever. A graça sacramental dar-lhes-á força para cumpri-lo, sem dispensá-los do esforço pessoal. A tudo estão decididos, menos a ofenderem a Deus; a todos os sacrifícios, a todas as provações.

Dizem: se a Pátria tem o direito de pedir-nos o nosso sangue para defendê-la, Deus também tem o direito de no-lo pedir para defender a moralidade do lar, que é o primeiro bem da pátria.

Dizem que há horas na vida em que é preciso ser herói ou mártir, para cumprir com o dever; e serão heróis, mártires, se preciso for, porque querem permanecer cristãos.

O sentimento das suas augustas funções há de elevá-los ainda mais alto.

Conhecem toda a força da hereditariedade, tanto na ordem física, como na ordem moral. Sabem que o pai transmite a seus filhos, com o seu sangue, alguma coisa de sua alma, de suas virtudes, de sua fé; e as bênçãos que Deus acrescenta, segundo as promessas da Escritura, a esses bens da herança.

Sabem como se formam, de pais a filhos, essas raças vigorosas, sãs de corpo e alma, e essas gerações fortes de crentes, para as quais a fé já não é somente uma convicção individual, mas uma herança; não somente a determinação livre de uma vontade pessoal, mas a necessidade de um temperamento que a fé conquistou.

Sabem que com a fé são também as virtudes do Evangelho que se tornam assim uma tradição de família, gravam-se no coração de uma raça de preferência, e passam até ao sangue como uma herança sagrada que se transmite de geração em geração e se vai enriquecendo a cada transmissão, de sorte que esses descendentes da humanidade decaída, parecem resgatados, desde o seio de suas mães.

Estes pensamentos sérios e os sentimentos que trazem em sua conduta, em sua vida, em seu sangue, a sorte de uma geração inteira fortificam, nesses pais cristãos - a força do dever; ajudam-nos a vencerem os assaltos mais terríveis das paixões, e servem-lhes de maravilhoso socorro nos desfalecimentos ou tentações, das quais nem os melhores são excetuados.

A todos estes homens de coração e de coragem, a todos estes valorosos da consciência e do dever, honra e reconhecimento!

Não são só os pais da família e da pátria: são os verdadeiros pais da humanidade regenerada, resgatada; salva; os associados dos apóstolos, os continuadores da missão de Cristo, os coadjutores de Deus!

Há outros que, infelizmente, por leviandade ou descuido, por ambição ou libertinagem, ou não sei por que outras paixões ainda, rebaixam e profanam as funções augustas e o sacerdócio sublime da paternidade.

Há outros, contra os quais Bossuet se levantava com indignação exclamando: «Desgraçadas das uniões, que desejam ser estéreis, que não serão abençoadas, nem por Deus nem pelos homens!»
Queria falar dos pais avarentos ambiciosos, egoístas, descrentes da Providência e do futuro, que, ludibriando o desejo natural e alterando a ordem de Deus, rejeitam a paternidade como um fardo, e reprimem o nascimento e a formação dessas nobres criaturas, dessas almas à imagem de Deus, que deveriam oferecer ao céu como o fruto de sua bênção.

Há outros que, como a árvore das florestas, atiram ao sopro de todas as paixões, a força misteriosa, cujo gérmen divino está neles.

Alguns há também que profanam a sua vida, antes de comunicá-la, que enfraquecem e desnaturalizam essa força que lhes vem de Deus, e não transmitem senão um sangue debilitado, estragado, uma vida rebaixada, uma alma que não tem senão vícios!

Todos estes quebraram o seu cetro pelas suas próprias mãos; descoroaram-se eles mesmos; não são mais dignos de serem chamados pais; ou, se é preciso ainda deixar-lhes esse nome, como lembrança de sua antiga grandeza e sinal de sua queda, devem ser chamados os pais do mal e do pecado; os pais do vício e do deboche, os pais da corrupção e da morte, os continuadores, os coadjutores de Satanás!
Ó grandeza, ó santidade sublime da paternidade, cujos deveres não podem ser cumpridos sem gerar o que há de melhor, desconhecidos sem produzir o que há de pior!

Dos pais sem consciência, sem virtudes, livrai-nos Senhor! ... Mas os pais de consciência, cumpridores do seu dever, virtuosos, cheios de heroísmo, os pais cristãos, abençoai-os, Senhor, e multiplicai-os!

Padre Emmanuel de Gibergues

Continuará...


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http://a-grande-guerra.blogspot.com.br/2012/10/o-pai-sua-importancia-e-os-seus-deveres.html
Postado por Danilo Badaró

Sermão de São João Damasceno sobre a Assunção da Virgem Maria



“Hoje, a Arca Santa e animada do Deus vivo, tendo concebido o seu Criador, repousa no Templo do Senhor, o Senhor que não foi criado pela mão do homem. Davi, seu antepassado, a exalta; com ele, os Anjos formam coros, os Arcanjos a celebram, as Virtudes a glorificam, os Principados vibram de contentamento, as Potesdades estão em plena alegria, as Dominações se deleitam e regozijam, os Tronos a festejam, os Querubins a louvam, os Serafins proclamam a sua glória.
Hoje, o Éden recebe o paraíso espiritual do novo Adão, onde nossa condenação foi revogada; a árvore da vida, plantada; e nossa nudez recoberta.
Hoje, a Virgem imaculada, intocada, preservada de qualquer paixão do mundo, porém, formada pelos desígnios celestes, sem retornar à Terra, habita – céu vivo – nas moradas celestes.
Aquela que para todos nós foi a fonte da verdadeira vida, como poderia ser submetida à morte? É certo que ela fora submetida à Lei estabelecida pelo próprio Filho: como filha do velho Adão, esteve sujeita à antiga condenação – assim como o próprio Filho, que é a Vida personificada, não a rejeitou -, mas, como Mãe do Deus Vivo, ela foi, justamente, erguida até Ele.

Eva, que aceitou as sugestões da serpente, foi condenada às dores do parto e à morte. Seu corpo foi deposto nas entranhas da terra.
Contudo, a Virgem Maria, verdadeiramente bem-aventurada, sempre profundamente imersa e em harmonia com a Palavra de Deus, concebeu pela ação do Espírito Santo e, diante da espiritual saudação do Arcanjo, sem volúpia ou união carnal, tornou-se a Mãe do Filho de Deus. Ela é aquela que O colocou no mundo, sem dor, aquela que se consagrou inteiramente a Deus. Com que poderes a morte conseguiria devorá-la? Como poderiam os infernos recebê-la? Como conseguiria a corrupção invadir este corpo que foi o templo da verdadeira Vida?
O caminho do céu estava preparado para ela; direto, aplanado e fácil. Se Jesus Cristo, que é a Verdade e a Vida dissera: ‘No lugar onde eu me encontro, aí estará, igualmente, o meu servidor’, como não estaria ao seu lado, gloriosa, Maria, a Sua Santa Mãe?”
Sermão de São João Damasceno (Oração 2, 2), Doutor da Igreja (675 – 749 d.C.)

A autoridade da Tradição oral, de onde surgiu a Bíblia



A maioria dos evangélicos, lamentavelmente, não sabe da existência da Sagrada Tradição. Não sabem que por trás das Escrituras existe uma Tradição que as berçou e que listou seu cânon. Ex 12,26; Dt 32,7; Jz 6,13.16; Sl 44(43),1.2; 78(77),5.10.11; 105(104),5; 143(142),5; Pr 2,18; Is 40,8; 59,21; Jr 6,16.17; 31,36; Dn 7,28 e Zc 1,6). Mas ela é um fato.
A palavra "Tradição" vem do latim "tradere" e significa "entregar". Tradição é, pois, no contexto aqui empregado, a transmissão ou entrega oral da mensagem cristã, compreendendo aí os ensinos dos apóstolos e dos primeiros cristãos transmitidos através dos Símbolos ou Profissões de fé, o Credo, através dos escritos dos Santos Padres da Igreja e dos ritos da Santa Liturgia. Toda essa mensagem foi primeiramente pregada ao povo e, só depois, foi escrita. Cristo mesmo nada escreveu; apenas pregou oralmente. Apesar de saber ler e escrever (Lc 4,16; Jo 8,6) Jesus anunciou sua mensagem apenas através da pregação, sem nada escrever e poucos dos apóstolos escreveram. Em outras palavras, Jesus e seus discípulos anunciaram o Evangelho predominantemente por via oral.
É facilmente perceptível que se o ensino escrito fosse realmente o exclusivo, Jesus e todos os apóstolos teriam tido primeiro a preocupação de escrever e depois pregar a Palavra oralmente. Mas aconteceu o contrário. Logo é impossível ser a Escritura a única regra de fé. É claro que se a Escritura fosse a única autoridade de fé, Jesus não deixaria de ele mesmo escrever sua doutrina. É claro também que todos os apóstolos escreveriam, não apenas alguns, como aconteceu. E ainda mais: acharia que Paulo escreveria cartas para pequenas comunidades em vez de escrever para todos os cristãos? A Escritura, então, não é, nem pode realmente ser a única regra de fé.
O argumento que cita o livro do Apocalipse para dizer que Cristo orientou os apóstolos a escreverem (1,11.19; 2,1.8.12.18; 3,1.7.14 ;21,5) não procede, pois, o fato de o Senhor orientar S. João para escrever um único livro, o Apocalipse, não desautoriza o nosso argumento, uma vez que durante toda a sua vida Ele nunca escreveu nem mandou nada escrever. Ora, se fosse obrigatória a escrita, com certeza Ele teria escrito ou pelo menos teria mandado os apóstolos escreverem, isso é lógico; mas isso Ele nunca fez. O fato de mandar S. João escrever o Apocalipse, não invalida, então, essa outra realidade. Por que ele não escreveu, nem mandou os apóstolos escreverem, mas, ao contrário, mandou-os pregar oralmente? Além disso, o fato de Ele ter mandado escrever paralelamente ao lado de mandar pregar oralmente, demonstra apenas a existência de duas autoridades: a autoridade oral da Igreja e a autoridade da escrita. Não justificaria, mesmo assim, a exclusividade das Escrituras.
A Palavra transmitida e chamada de Tradição é escrita aqui intencionalmente com maiúscula, para diferenciar-se das populares "tradições" (com t minúsculo), ou seja, costumes de origem desconhecida que se repetem pelos tempos afora. Tais "tradições" podem ser boas ou más, podem ser alteradas ou até desaparecer. A Tradição da Igreja, porém, originou-se de Jesus Cristo e dos apóstolos e se estendeu, conduzida pelo Espírito Santo, por todos os séculos através da pregação e da celebração dos mistérios de Cristo na Igreja. Essa Sagrada Tradição, que devemos conservar, é mais ampla que a Sagrada Escritura, e não se opõe a ela nem a contradiz, uma vez que se trata de uma mesma Tradição que se "transmite" escrita ou oralmente.
Dessa simples observação já se nota quão absurda é a objeção de que a Tradição deva ser rejeitada porque existiram e existem tradições falsas, não provindas dos apóstolos. Não negamos que existam tradições espúrias. E o tremendo esforço dos solascripturistas para nos informar essa existência de nada serve, pois não informam nenhuma novidade. Existem as falsas, mas também existem as verdadeiras tradições. E isso nos basta. A única obervação viável seria como distinguimos a Tradição apostólica das falsas tradições. E a resposta seria simples: distinguimos da mesma maneira como distinguimos a autêntica Escritura da falsa. A Igreja sempre se viu diante de uma grande variedade de tradições (verdadeiras ou falsas), como também sempre se encontrou diante de vários escritos (alguns também verdadeiros ou falsos). 
Da mesma forma que a Igreja primitiva precisou descobrir quais escritos eram autênticos e quais não eram, ela também teve que reconhecer qual Tradição é verídica e qual não é. A Igreja tinha diante de si, por exemplo, tradições opostas acerca dos livros que seriam aceitos como Escritura Sagrada. Algumas tradições incluíam ou rejeitavam certos livros, mas coube à Igreja distinguir quais livros são ou não canônicos. Para decidir se tal livro era ou não Escritura Sagrada, a Igreja teve que optar por determinada tradição. Assim, para estabelecer a autenticidade de um escrito, a Igreja teve que estabelecer antes a autenticidade da tradição. 
Como se vê, se a Igreja não é assistida pelo Espírito Santo para reconhecer a verdadeira Tradição, então ela também não foi assistida para reconhecer os escritos apostólicos, pois foi pelo reconhecimento da verdadeira Tradição que a Igreja chegou até os verdadeiros escritos. Nota-se, então, que uma coisa implica outra. Logo, existe a verdadeira Tradição e a Igreja é a autêntica intérprete da legítima Tradição e da legítima Escritura. Ou, então, nada é verdadeiro.
É muito significativo o fato de a Igreja ter estabelecido o cânon mais de 300 anos depois dos apóstolos e ainda mais baseando-se na Tradição. Ironicamente, os evangélicos - que tanto rejeitam a Tradição em favor da exclusividade da Bíblia - eles mesmos usam uma Bíblia berçada na Tradição.
Rejeitar a verdadeira Tradição por causa da existência dessas tradições espúrias, levaría-nos a também rejeitarmos a Escritura por causa da existência dos escritos apócrifos. Se tais escritos não invalidam a verdadeira Escritura, por que a falsa tradição invalidaria a autêntica Tradição? Logo, essa alegação não procede. Sabemos que para reconhecer a verdadeira Tradição a Igreja seguiu o mesmo critério que adotou para definir a canonicidade dos livros da Bíblia. Dentre outros itens, dois foram os citérios básicos adotados pela Igreja primitiva para reconhecer os autênticos escritos bem como a autêntica Tradição: a apostolicidade e a universalidade. Se um livro era apostólico, ou seja, se fora transmitido pelos apóstolos como Escritura (os livros do AT, p.ex) ou se foi escrito por um dos apóstolos ou um de seus companheiros (os livros do NT, p.ex), então, era considerado canônico.
O escritor J.N.D.Kelly, historiador da Igreja primitiva, reconhece a existência desse critério: “A menos que se pudesse mostrar que um livro procedia da pena de um apóstolo, ou a menos que tivesse a autoridade de um apóstolo por detrás dele, era imperiosamente rejeitado, não importando quão edificante ou popular pudesse ser para os fiéis” (Doutrinas Cristãs Primitivas, p. 60). Também eram reconhecidos como apostólicos os livros que se harmonizavam com os ensinamentos dos apóstolos e transmitidos à Igreja. Isso é algo que os próprios exegetas evangélicos também admitem.
O protestante F.F.Bruce escreve que: “[Os padres da Igreja primitiva] recorreram ao critério da ortodoxia (...) Este recurso ao testemunho das igrejas fundadas pelos apóstolos foi desenvolvido especialmente por Ireneu (...) Quando começavam a circular Evangelhos ou Atos desconhecidos (...) a pergunta mais importante acerca destes era: Que ensinam acerca da pessoa e da obra de Cristo? Conservam o testemunho apostólico (...)?” (O Cânon da Escritura, p. 260). Essa mesma apostolicidade é exigida para o reconhecimento da autêntica Tradição: só é verdadeira a Tradição originada dos apóstolos; daí o epíteto “Tradição apostólica.”
Se um livro era universalmente considerado como canônico, então ele também entrava no cânon. Se uma certa obra não era considerada apostólica e não se pregava como tal nas comunidades (ou pelo menos pela maioria das comunidades), então era rejeitada. Se a Tradição das igrejas não reconhecia um livro como apostólico, este não era incluído no cânon. A existência desse critério praticado pela Igreja primitiva, para estabelecer o cânon, também é admitido pelos próprios protestantes. F.F.Bruce escreve ainda: “É digno de nota – quando alguém pensa nisso - que os quatro Evangelhos canônicos são anônimos, embora os Evangelhos que proliferavam no fim do século segundo e mais tarde, afirmassem ter sido escritos por apóstolos e outras testemunhas oculares. Eclesiásticos católicos viram, então, que era necessário defender a autenticidade apostólica dos Evangelhos (...) A autoria apostólica de Mateus e João estava bem estabelecida na tradição. E quanto a Marcos e Lucas? Sua autoria também estava bem estabelecida na tradição” (Idem, p. 257). Pelo mesmo critério, a autêntica Tradição é aquela que sempre foi aceita pela Igreja universal. Como dizia S. Vicente de Lérins (+450): "Na Igreja Católica é preciso dar grande cuidado para que guardemos aquilo que, em toda a parte, sempre e por todos tem sido acreditado" (Commonitorium 2).
É lógico que uma vez reconhecidos os autênticos escritos e a autêntica Tradição, ambos tornavam-se também critérios de canonicidade de outros escritos ou outras tradições. Uma tradição, por exemplo, jamais podia nem pode contradizer a Escritura ou uma Tradição já aceita como apostólica, senão, obviamente, será falsa.
Como se vê, o cânon bíblico e o cânon da Tradição foram, então, estabelecidos a partir dos mesmos critérios. Logo, rejeitando a Tradição somos forçados a também rejeitarmos a Escritura.
Os solascripturistas, porém, apresentam uma dificuldade: mas como pode a Tradição ser confiável, se ela pode ser deturpada com o tempo como a brincadeira do telefone-sem-fio? Aliás, esse é o grande argumento dos solascripturistas. Tenho lido muitos textos dos defensores da Sola Scriptura e tenho percebido que todos os argumentos se encaminham para essa hipótese. Mas veja: São Paulo, por exemplo, não tinha esse receio, pois confiava na Tradição. Se assim não fosse, não teria dito a Timóteo: "E o que de mim, através de muitas testemunhas ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros." (2 Tm 2,2). S. Paulo disse isso porque reconhecia a Igreja como a Coluna e o Fundamento da Verdade (1Tm 3,15) e que ela guardaria fielmente a doutrina revelada (Mt 16,18-19). Observe que o apóstolo reconhece a autenticidade não só de suas palavras, mas também da transmissão dessa palavra. Se para ele o oral iria se corromper, seria muito estranha essa afirmação.
Mais: Se a Tradição não fosse confiável, o cânon bíblico não teria sido baseado nela. Além disso, da mesma forma que uma Tradição pode ser deturpada, um livro também pode. A prova disso é a existência de livros apócrifos. O próprio S. Paulo reconheceu isso ao dizer: ”Não vos deixeis facilmente perturbar o espírito e alarmar-vos, nem por alguma pretensa revelação, nem por palavra ou carta tidas como procedentes de nós... Ninguém de modo algum vos engane.” (2Ts 2,2.3). E essa deturpação ainda é mais fácil quando os escritos originais se perdem, como é o caso de inúmeros livros da Bíblia.
A única maneira, portanto, para sabermos quais os livros autênticos que temos hoje é exatamente identificarmos quais os livros que sempre foram acatados pela autoridade da Igreja. Exatamente pelo fato de existirem diferentes escritos é que uma autoridade teve de se pronunciar para identificar e definir quais eram realmente autênticos e quais não eram. E essa autoridade, como todos sabemos, foi justamente a Igreja Católica. Para se preservar uma verdade, é realmente mais seguro delegar autoridade a alguém para que a guarde. O papel e o homem se acabam; a Igreja, porém, ficará até o fim dos tempos. Foi justamente por isso que Sto. Agostinho disse que “não creria no Evangelho, se a isso não o levasse a autoridade da Igreja”. O engraçado está justamente aqui. Os solascripturistas falam como se somente o oral fosse sujeito à corrupção. Parece que estão cegos para reconhecer que os escritos também são passíveis de erro. Ou vão negar o óbvio? E mais: se Deus é capaz de preservar o escrito da corrupção, por qual motivo não o seria para preservar o oral? Ou Ele não é Deus? E outra: onde está nas Escrituras que o oral iria se corromper?
Além de tudo isso, não tenham receio os solascripturistas, pois a Sagrada Tradição mais tarde foi passada para a forma escrita e transmitida por inúmeras modos. Tais modos são:
1) os Símbolos --> o símbolo dos Apóstolos, de Niceia, de Santo Atanásio.
2) os Concílios --> os concílios gerais são a voz da Igreja universal. Todos embasaram suas decisões sobre o ensinamento anterior e particularmente sobre as dos primeiros séculos. Sua doutrina não pode diferir da dos apóstolos.
3) Os escritos dos Santos Padres--> Os escritos dos santos padres são o grande canal da Tradição Divina. Chamam-se Padres da Igreja os escritores eclesiásticos dos primeiros séculos reconhecidos como testemunhas da Tradição. Para se requerer este titulo são necessárias quatro condições:
a) uma doutrina sublime;
b) uma santidade notável;
c) uma remota antiguidade;
d) o testemunho da Igreja.
Os primeiros padres que escreveram a tradição apostólica são:
- Clemente de Roma,100 DC;
- Santo Inácio de Antioquia, 107 DC;
- São Policarpo, 166 DC;
- São Justino, 166 DC;
- Santo Irineu, 202 DC;
- São Clemente de Alexandria, 217 DC;
- E inúmeros outros.
Enquanto testemunhas da Tradição, os Padres possuem uma autoridade especial. Quando vários apresentam uma doutrina como pertencente à Tradição Apostólica, aquela merece a adesão de nossa Fé, pois é impossível que autores de diversos séculos, de diversas regiões diferentes estejam de acordo ao colocar em suas obras as mesmas crenças se não as receberam por Tradição, e mais especificamente, por uma Tradição soprada pelo Espírito do Senhor. Quando os Santos Padres, agindo como doutores, expõem suas próprias ideias, apesar de merecerem um grande respeito, não se deve dar uma adesão incondicional, porque seu ensino não se identifica com o da Igreja, é algo meramente particular.
4) Os livros litúrgicos --> o missal, o pontifical, o ritual, o breviário etc contém as orações, cerimônias em uso para o Santo Sacrifício, para administração dos sacramentos etc. Estes livros que datam dos primeiros séculos, tem suma importância, pelo testemunho da fé de toda a Igreja.
5) Atas dos mártires --> Estas atas, por nos fornecer as verdades que os mártires selaram com seu sangue, nos mostram provas incontestáveis da fé primitiva da Igreja.
6) Monumentos públicos --> As inscrições gravadas nos sepulcros ou nos monumentos públicos, testemunham a crença dos primeiros cristãos acerca do batismo das crianças, a invocação dos Santos, o culto das imagens e das relíquias, etc. Os confessionários encontrados nas Catacumbas de Roma testemunham a divina instituição da confissão sacramental.
Ademais, é de notar que a Bíblia como tal é uma Palavra que não se interpreta a si mesma, mas permite ser estudada pelos seus leitores. A palavra oral é o meio originário e eficaz para transmitir o sentido autêntico da palavra escrita. Isso é tão verídico que os protestantes, por mais que queiram seguir somente a Bíblia, não conseguem evitar a existência de uma tradição extrabíblica oriunda do respectivo fundador de cada denominação. Logo, estamos diante de mais uma dificuldade sem fundamento.
Mas aqui alguém poderia indagar se a Tradição é "theopneustos”, ou seja, inspirada, como o é a Bíblia. E poderia até indagar que se ela não é inspirada, por que aceitá-la? Ao que respondemos: A Tradição é inspirada em um sentido; e em outro, não. Quando Deus revelou inicialmente os seus ensinos aos apóstolos, especificou o modo pelo qual tais ensinamentos chegariam até eles, de modo que a entrega original foi inspirada. Todavia, Deus não indicou diretamente o modo como os apóstolos deveriam passar esses ensinos a outras pessoas. Os apóstolos poderiam transmitir os ensinos de Deus de infinitos modos. Logo, enquanto a entrega original da Tradição foi inspirada, as palavras pelas quais ela nos chegou não o foram.
Para melhor compreendermos esse fato, relembremos o que chamamos de “discurso direto” e “discurso indireto” e que aqui chamamos de “ipsisima verba” e “ipsisima vox” de uma pessoa. O discurso direto é a ipsisima verba de alguém, que são as próprias palavras usadas pela pessoa. Nesse tipo de discurso temos a impressão de que estamos ouvindo o próprio autor do discurso. Já o discurso indireto ou a ipsisima vox é o procedimento segundo o qual não se reproduz literalmente as palavras de alguém. Aqui, ouvimos a pessoa que fala através do transmissor, porque este transmite a mensagem recebida indiretamente, ou seja, por suas palavras.
Aplicando isso às Escrituras e à Tradição, podemos dizer que as Escrituras nos dão a ipsisima verba de Deus, enquanto que a Tradição nos proporciona a ipsisima vox de Deus. Ambas revelam a palavra de Deus infalível: uma, diretamente, usando as próprias palavras de Deus e a outra, indiretamente, através das palavras do transmissor, a Igreja.
Aceitamos, então, a Tradição porque ela nos proporciona um outro modo pelo qual os pensamentos de Deus chegam até nós, fazendo-nos compreendê-los melhor. A Tradição, embora não inspirada, não é um acréscimo humano, mas um complemento divino. Lembremos que para S. Paulo, seu ensino oral provém de Deus, não dos homens (Gl 1, 11; 1 Tes 2, 3.4.13). Também a aceitamos porque o modo como a palavra de Deus está registrado na Escritura está adequado ao contexto das culturas antigas - hebreia e grega - e, no entanto, precisamos reproduzir hoje tais pensamentos de uma maneira mais moderna. Precisamos reproduzir essa palavra de modo a ficar compreensível para as pessoas hoje. E é evidente que para que essa palavra seja hoje atualizada e sem erro, Deus só pode ter proporcionado, como de fato proporcionou, o dom da infalibilidade a sua Igreja. Do contrário, tudo rui por terra.
Convém ressaltar aqui ainda que a Igreja Católica não baseia suas doutrinas exclusivamente na Tradição, como alguns solascripturistas têm pregado. Evidentemente que não. Essa afirmação dos solascripturistas só demonstra que pouco ou nada eles entendem da Tradiçao e do pensamento católico sobre o assunto. Todas as doutrinas católicas, mesmo as mais incompreendidas por eles, baseiam-se, mesmo que implicitamente, na Bíblia. São, portanto, doutrinas bíblicas. Se eles não concordam com elas, não quer dizer que não sejam de fato doutrinas bíblicas. A dificuldade não está na Bíblia, mas na interpretação deles. A discordância dos solascripturistas em nada depõe a favor ou contra nossas doutrinas. Até porque, no próprio Protestantismo, embora haja aqueles que delas discordam, sempre há um ou outro ramo que com elas concorda. Além disso, os nossos dogmas aceitos por eles foram elaborados do mesmo modo que os não-aceitos. Não terão lógica, pois, em aceitar uns e rejeitar outros.
Essa escolha constitui exatamente uma heresia. Tal palavra, de origem grega, significa justamente isso: “escolher”, porque o herege é alguém que escolhe alguns ensinamentos da Igreja e rejeita outros (como se a Igreja fosse um supermercado onde a pessoa escolhe em que irá ou não acreditar).
Os solascripturistas têm alegado que o problema não é bem a tradição, mas, sim, a tradição contrária às Sagradas Escrituras. Ora, mas com isso nós também concordamos. Rejeitamos totalmente as tradições opostas ao ensinamento da Bíblia Sagrada. A Igreja jamais aceitou tais tradições. Exemplo disso ocorre com a própria doutrina da Sola Scriptura. Como tal doutrina não só não se encontra na Escritura como também a contradiz, a Igreja rejeitou isso como heresia. O que são na verdade heresias, senão tradições contrárias à Sagrada Escritura?
Agora, se o problema para os solascripturistas é mesmo apenas as tradições opostas à Escritura Sagrada, por que, então, rejeitam as nossas doutrinas, que não contradizem as Escrituras, mas somente estão implícitas nela? Onde, por exemplo, a Bíblia contradiz o nosso cânon bíblico, a sucessão apostólica, a oração pelos mortos, o purgatório, a maternidade divina de Maria, a imaculada conceição dela, o batismo infantil, o batismo por infusão? Os solascripturistas insistem em dizer que tais dogmas são contraditos na Bíblia Sagrada, mas até hoje não conseguiram provar isso na sua única regra de fé. O que deixa claro que tais doutrinas se opõem à ideia deles, não à Santa Escritura.
Veja, por exemplo, o caso da oração pelos mortos. Esse santo costume está explicitamente no livro dos Macabeus (2Mac 12,39-46) e implicitamente na carta de São Paulo a Timóteo (2Tm 1, 16-18). Mas mesmo assim os solascripturistas rejeitam essa santa prática. Não aceitam o texto explícito porque dizem que esse livro não é inspirado. Agora porque rejeitam o texto implícito eu não entendo, pois além desse livro constar na Bíblia deles, eles dizem que não rejeitam pontos implícitos na Sagrada Escritura.
Quanto ao caso do livro dos Macabeus, veja a desarmonia do princípio solascripturista: mas quem disse que o livro dos Macabeus é apócrifo? A Bíblia nunca o disse. Quem disse foi a tradição dos fariseus, já condenada por Jesus na própria Escritura e os protestantes, os quais estão ausentes da Escritura e sobre nada se entendem. Logo, para rejeitarem as nossas doutrinas os solascripturistas recorrem a todo tipo de argumento (apegam-se até mesmo a argumentos extrabíblicos, que dizem rejeitar), menos à Bíblia.
Na verdade, o problema não está nas Escrituras, mas na interpretação deles, pois nenhum dogma católico se opõe ao ensino bíblico. Nossas doutrinas estão explícitas ou implicitamente na Sagrada Escritura. Quando os evangélicos encontram divergências entre a Tradição ou o Magistério da Igreja e a Escritura, é porque estão interpretando equivocadamente a Escritura. Com efeito, esses três pilares não se opõem, mas se completam. Nenhuma doutrina Católica está fora da Bíblia. A questão é que ela pode estar melhor esclarecida na Tradição. E como a Tradição comprova explicitamente a veracidade das nossas doutrinas, os evangélicos não tiveram outra opção senão rejeitá-la.
A transmissão oral ou escrita de fatos históricos se constitui não somente da fonte de Revelação Divina, mas também, de pessoas para pessoas, desde o acontecimento até os dias de hoje. E ela só é possível através da Igreja Católica, pois esta viveu naquele tempo e vive até hoje. Por isso, é que a Tradição é uma fonte de fé somente para o Catolicismo, e é tão combatida pelas demais igrejas, que só surgiram a partir do Século XVI. Esse é justamente o motivo por que essas novas igrejas combatem tanto a Tradição. É claro que eles não dariam um tiro no próprio pé. Aceitar a Tradição significaria, na prática, aceitar tudo o que a Igreja ensina. Conservar a Tradição é dar razão à Igreja, pois ela é fiel e conserva integralmente tudo aquilo que recebeu de Cristo pelos apóstolos. Aceitar a Tradição significaria, então, dar um desmentido em si mesmo, pois falta a eles o ponto essencial da Tradição: a origem antiga, ou seja, a origem apostólica, e a continuidade histórica durante todos os séculos depois de Cristo.
A Tradição é, portanto, a garantia ainda hoje, em pleno século XXI, da autenticidade do nosso cânon bíblico (apesar de existirem inúmeros livros apócrifos), bem como é também a garantia da existência da legítima interpretação bíblica (apesar também dessa imensa babel de interpretações). Não faria sentido, claro, Deus nos deixar os autênticos escritos sem nos deixar a autêntica interpretação desses escritos.
Obs: O texto foi organizado com base em diversos textos veiculados no site www.veritatisplendor.com.br
Professor Evaldo Gomes
Fonte: Programa falando de Fé

FÉ, O GRANDE MÉTODO DA RAZÃO



Neste Ano da Fé proposto pelo Papa, contou entre nós, com um evento realizado na arena do Campo Pequeno em Lisboa. Um Meeting cujo tema é “A fé, o grande método da razão” e foi organizado por jovens universitários do Movimento Comunhão e Libertação.
Com uma exposição guiada que se propunha explicar porque é que a Fé é um método de conhecimento que não prescinde e, informa a razão e, em paralelo um conjunto de conferências, que naqueles três dias levaram à arena do Campo Pequeno milhares de pessoas.
Tudo, ali dentro, e por dentro mostrava a presença viva da Fé na cidade, no meio dos homens, na alegria e também nas dificuldades do quotidiano.
Na abertura do Meeting foi feita a apresentação do livro do Papa – “A infância de Jesus” – lançado há poucos dias e que fará, a quem o ler, olhar de um modo novo o Advento e o Natal que se avizinham. Aliás, a obra do Papa é talvez a primeira resposta à provocação que encerra o título do Meeting – “Fé, o grande método da razão”.
O livro que o Papa agora nos dá a ler faz, ao longo das páginas essa verificação da vida de Jesus – A razoabilidade de cada descrição bíblica que cada um de nós pode encontrar e descortinar. A vida e vinda de Jesus é-nos confrontada com o que estava escrito no Antigo Testamento, e que já tinha sido dito pelo Profetas. “A infância de Jesus” é um texto onde razão e Fé se cruzam constantemente.
Num tempo em que o conhecimento parece ser adverso à Fé e, em certos círculos, advogar mesmo que razão e Fé são incompatíveis, o percurso da exposição do Meeting demonstra porque conhecer através da Fé é também um acto razoável e por isso um método da razão. Aliás, a ciência só progride porque no conhecimento científico os homens fazem fé em milhares de factos que já foram experimentados por antepassados. Isto é, a ciência hoje não experimenta porque acredita (fé) nos conhecimentos descobertos no passado.
Esta aliança entre fé e razão, tão querida ao Papa, neste Meeting tornou-se palpável nos diferentes testemunhos de gente de cultura, de religião, das ciências ou das artes que por ali passou. Ao contrário da cultura hegemónica que parece sufocar a nossa liberdade, a mensagem ali colhida foi de razão, descoberta, alegria no viver consequências de uma sã cultura de Fé.
Na verdade, e tal como escrito na exposição “A fé, em primeiro lugar, não é só aplicável a questões religiosas, mas é uma forma natural de conhecimento. Uma forma natural de conhecimento indirecto, mas uma forma de conhecimento! A razão é uma realidade viva, por isso, para cada objecto tem o seu método, desenvolve uma dinâmica característica, tem uma dinâmica para conhecer coisas que não vê directamente e que não pode ver directamente. Pode conhecê-las através do testemunho de outros: é o conhecimento indirecto por mediação”.
Sobre esta forma de pensar é famosa a frase de G.K. Chesterton que com muita ironia disse: “Curvando-me em cega credulidade, como é meu costume, diante da mera autoridade e da tradição dos mais velhos, supersticiosamente engolindo uma história que eu não posso testar no momento por experiência ou julgamento privado, sustento firmemente a opinião segundo a qual eu nasci em 29 de Maio de 1874, em Campden Hill, Kensington”. Tal como nós em relação ao seu próprio nascimento…
A ousadia e arrojo desta exposição é uma lufada de ar fresco que entra na nossa vida. E um novo nascimento. Vivamos o Advento com Fé.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

"Evitar também o pecado venial"



domingo, 16 de dezembro de 2012


 Evitar também o pecado venial
 


Ainda uma lição só, uma das mais úteis para minha alma.
É a queixa que se ouve de quase todas as almas do Purgatório, pois quase todas sofrem por não terem compreendido bas­tante o alcance do pecado venial.
«Nós dizíamos na terra: É um simples pecado venial, e nos deixávamos levar por esse pendor de nosso coração, nos deixávamos ganhar por essa pequena sa­tisfação dos sentidos. Mas, como se dis­sipou essa ilusão, quando, à hora da mor­te, vimos, na luz do Senhor, as lamentá­veis consequências dessas faltas!
Felizes, todavia, por não nos terem sido de mais terríveis consequências! Sim, esses pecados veniais podiam nos conduzir ao inferno.
Os pecados veniais não condenam, é certo, mas, com inteligência, com malícia, em grande número e sem que se os apa­gue com a devida penitência, conduzem pouco a pouco, por um declive insensível, mas resvaladiço, ao pecado mortal que condena.
Conduzem a esse termo fatal pelo en­fraquecimento progressivo de todas as forças vivas da alma:
Pela diminuição do horror do mal;
Pela excitação e desenvolvimento das paixões;
Pela subtração de certas graças espe­ciais de distinção;
Por mil caminhos a um tempo.
E quando a alma, neste estado, não se converte, muitas vezes só a morte, vindo-lhe ao encontro, pode livrá-la de rolar até o fundo do abismo: porém, oh! Deus nem sempre usa a misericórdia de enviar a morte bastante cedo para prevenir que o homem nessa voluntária cegueira consu­ma a sua desgraça!
Deus nos fez esta graça: deu-nos a morte em hora oportuna; mas, terrível castigo o nosso! que dura expiação a que sofremos!
A cada um dos nossos pecados veniais corresponde uma medida de penas. E, se Deus contou em nossa consciência milha­res de pecados veniais, qual será o rigor e a duração das penas que ainda nos estão reservadas!
Considerai também, ó amigos que na terra vos interessais por nós, considerai que o Purgatório não é o castigo só dos pecados veniais, ainda subsistentes na hora da morte, mas o castigo de todos os pecados perdoados e não expiados.
Oh! vivei, pois, na justiça, na santidade no temor de Deus!
Vós, que amais, evitai nossa triste sorte: sofrereis muito!»


Retirado do excelente blog: http://almasdevotas.blogspot.com.br/

domingo, 16 de dezembro de 2012

Quem colocou capítulos e versículos na Bíblia?


Quem colocou capítulos e versículos na Bíblia?

 imaginamos qual seria o nosso trabalho,se tivéssemos de folhear as duas mil e tal páginas da Bíblia à procura de uma palavra ou de uma frase para citar num artigo, num sermão ou num encontro de catequese?

Por aqui avaliamos a vantagemde terem dividido o seu texto em capítulos e versículos.

Mas, quem fez esse trabalho?


O mérito deve ser repartido por judeus, católicos e protestantes.
Quando os autores sagrados compuseram individualmente os livros que depois formariam parte da Bíblia, não os dividiram assim. Com efeito, ao escrever, nenhum deles imaginou que a sua obra viria a ser lida por milhões e milhões de pessoas e explicada ao longo dos séculos, analisando o seu estilo literário  e comentando cada uma das suas frases. Eles apenas deixaram correr a "pena" sobre o "papel", sob a inspiração do Espírito Santo, e compuseram um texto longo e seguido, desde a primeira até à última página.
Foram os judeus que, ao reunirem-se no dia de sábado nas sinagogas, começaram a dividir em secções a Lei (isto é, os cinco primeiros livros bíblicos, ou Pentateuco), e também os livros dos Profetas, a fim de poderem organizar a leitura contínua.




Nasceu assim a primeira divisão da Bíblia - neste caso, do Antigo Testamento - que seria de carácter "litúrgico" visto ser utilizada nas celebrações cultuais.
1)- O ENSAIO JUDAICO
Como os judeus procuravam ler toda a Lei no decurso de um ano, dividiram-na em 54 secções (tantas, quantas semanas tem o ano) chamadas "perashiyyot" (= divisões). Estas separações estavam assinaladas na margem dos manuscritos, com a letra "p".
Os Profetas não foram todos divididos em "perashiyyot", como a Lei; deles foram apenas seleccionados 54 pedaços, chamados "haftarot" (= despedidas), assim chamados porque com a sua leitura se encerrava, nas funções litúrgicas, a leitura da Bíblia.
O Evangelho de São Lucas (4,16-19) conta que em certa ocasião Jesus estava de visita a Nazaré, sua terra natal, onde tinha sido criado, e quando chegou o sábado compareceu pontualmente na sinagoga a fim de participar no ofício como todo o bom judeu. E, estando ali, convidaram-no a fazer a leitura dos Profetas. Então, passou para a frente, pegou no rolo e leu a "haftarah" correspondente a esse sábado. Lucas informa-nos que pertencia ao profeta Isaías, e que era o parágrafo que actualmente faz parte do capítulo 61, segundo o nosso actual sistema de divisão.
2)- O ENSAIO CRISTÃO
Os primeiros cristãos receberam dos judeus este costume de reunirem semanalmente para ler os livros sagrados. Mas, à Lei e aos Profetas, juntaram também os livros correspondentes ao Novo Testamento. Por isso, resolveram dividir também estes rolos em secções ou capítulos para poderem ser lidos facilmente na celebração da Eucaristia.
Chegaram até nós alguns manuscritos antigos, do séc. V, onde aparecem estas primeiras tentativas de divisões Bíblicas. E por eles sabemos, por exemplo, que naquela antiga classificação Mateus tinha 68 capítulos, Marcos 48, Lucas 83 e João 18.
Este fraccionamento dos textos da Bíblia tinha permitido não apenas organizar melhor a liturgia e uma celebração mais sistemática da palavra como também para estudar melhor a Sagrada Escritura, pois facilitava enormemente encontrar certas secções, perícopes ou frases que normalmente levariam muito tempo a ser localizadas num volume tão intrincado.
3)- FOI UM ARCEBISPO CATÓLICO QUE O FEZ
Mas, com o andar dos séculos, aumentou o interesse pela palavra de Deus - pela sua leitura, estudo e conhecimento mais exacto.
Já não bastavam aquelas divisões litúrgicas, mas fazia falta outra mais exacta, assente em critérios mais académicos, onde se pudesse seguir um esquema ou descobrir alguma estrutura em cada livro. Além disso, impunha-se uma divisão de todos os livros da Bíblia, e não apenas dos que eram lidos nas reuniões de culto.


O mérito de empreender esta divisão de toda a Bíblia em capítulos, tal como a temos actualmente, coube a Estêvão Langton, futuro arcebispo de Canterbury (Inglaterra).

Em 1220, antes de ser sagrado como tal, sendo professor da Sorbonne, em Paris, decidiu criar uma divisão em capítulos, mais ou menos iguais. O seu êxito foi tão retumbante, que todos os doutores da Universidade de Paris, a adoptaram, ficando assim consagrado o seu valor perante a Igreja.

4)- O MANUSCRITO CONSERVA-SE

Langton tinha feito a sua divisão sobre um novo texto latino da Bíblia, ou seja, aVulgata, que acabava de ser corrigido e purificado de velhos erros de transcrição. Esta divisão foi logo copiada sobre o texto hebraico, e mais tarde transcrita na versão grega chamada dos Setenta.

Quando Estêvão Langton morreu, em 1228, os livreiros de Paris já tinham divulgado a sua criação numa nova versão latina que acabavam de editar, chamada Bíblia parisiense, a primeira Bíblia da História dividida em capítulos.

Foi tão grande a aceitação desta minuciosa obra do futuro arcebispo, que até os próprios judeus a admitiram para a sua Bíblia hebraica.

De facto, em 1525, Jacob Ben Jayim publicou uma Bíblia rabínica em Veneza, que continha os capítulos deLangton. Desde então, o texto hebreu adoptou esta mesma classificação.

Até hoje, conserva-se na Biblioteca Nacional de Paris, com o número 14417, a Bíblia latina utilizada pelo arcebispo de Canterbury para o seu singular trabalho e que, sem ele próprio imaginar, estava destinado a estender-se por todo o mundo.

5)- MAS, FALTAVAM OS VERSÍCULOS

Mas, à medida que o estudo da Bíblia ganhava em precisão e minuciosidade, estas grandes secções de cada livro, chamadas capítulos, mostraram-se insuficientes.

Era necessário subdividi-las em partes mais pequenas com numerações próprias, a fim de localizar com maior rapidez e exactidão as frases e palavras desejadas.

Uma das primeiras tentativas foi a do dominicano italiano Santos Pagnino, o qual, em 1528 publicou em Lyon uma Bíblia completa subdividida em frases mais curtas, que tinham um sentido mais ou menos completo: os actuais versículos.

Contudo, não caberia a ele a glória de ser o autor do nosso actual sistema de classificação de versículos, mas a Roberto Stefano, um editor protestante.

Este aceitou a divisão feita por Santos Pagnino, para os livros do Antigo Testamento, e resolveu adaptá-la com pequenos retoques. Mas, curiosamente, o dominicano não tinha posto versículos nos 7 livros deuterocanónicos (isto é, nos livros de Tobite, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Ben Sira e Baruc), pelo que, Stefano teve que completar este trabalho.
6)- O TRABALHO DEFINITIVO

Ao contrário, a divisão do Novo Testamento não lhe agradou, e decidiu substitui-la por outra, feita por ele próprio. Seu filho conta que se entregou a esta tarefa durante uma viagem a cavalo de Paris a Lyon.
Stefano publicou primeiro o Novo Testamento em 1551, e depois a Bíblia completa em 1555. E foi ele o organizador e divulgador do uso de versículos em toda a Bíblia, sistema que, com o tempo, se viria a impor no mundo inteiro.

Esta divisão, tal como a anterior em capítulos, também foi feita sobre um texto latino da Bíblia. Só em 1572 é que se publicou a primeira Bíblia hebraica com os versículos.

Finalmente, o papa Clemente VIII fez publicar uma nova versão da Bíblia em latim para uso oficial da Igreja, pois o texto anterior, de tanto ser copiado à mão, tinha sido deformado. A obra viu a luz a 9 de Novembro de 1592, e foi a primeira edição da Igreja Católica com a divisão definitiva de capítulos e versículos.
7)- NÃO SAIU TOTALMENTE BEM

Deste modo, ficou constituída a fachada exibida actualmente em todas as nossa Bíblias. Mas, longe de serem perfeitas, estas divisões mostram muitas deficiências, que revelam o modo arbitrário como foram feitas.

Os estudiosos actuais podem detectá-las, mas os seus autores não estavam, então, em condições de conhecê-las.
Por exemplo, Estêvão Langton, no livro da Sabedoria interrompe um discurso sobre os pecadores para colocar o capítulo 2, quando o mais natural teria sido colocá-lo um versículo mais acima, onde naturalmente começa. Outro exemplo mais grave é o capítulo 6 de Daniel, que começa a meio de uma frase inconclusiva, quando deveria ter sido posto algumas palavras mais adiante.

Também os versículos mostram esta inexactidão. Um dos casos mais curiosos é o deGénesis 2, no qual o versículo 4 abrange duas frases, pertencendo a primeira a um relato do séc. VI, e a segunda a outro... quatrocentos anos posterior! E ambos formam um mesmo versículo! Também em Isaías 22, a primeira parte do versículo 8 pertence a um oráculo do profeta, enquanto que a segunda, de outro estilo e teor, foi escrita duzentos anos mais tarde.
Vê-se, indubitavelmente, que o seu "criador" ia a cavalo entre Paris e Lyon, quando as compôs.
8)- DE SABER A VIVER...HÁ MUITO QUE APRENDER
A organização da Bíblia em capítulos e versículos foi o início de um estudo cada vez mais profundo deste livro.
Hoje, conhecemos a Bíblia até aos mais pequenos detalhes. Sabemos que os seus capítulos são 1.328. Que tem 40.030 versículos. Que as palavras no texto original somam 773.692. Que tem 3.566.480 letras. Que a palavra Yahvé, o nome sagrado de Deus, aparece 6.855 vezes. Que o salmo 117 se encontra exactamente a meio da Bíblia. Que, se pegarmos na primeira letra "t" hebraica na primeira linha do Génesis, e depois anotarmos as letras seguintes número 49 (49 é o quadrado de 7) aparece a palavra hebraica "Torá" (= Lei) perfeitamente escrita.
O livro foi metido no computador, minuciosamente analisado, cuidadosamente enumerado em todos os sentidos, de trás para a frente e da frente para trás, e foram descobertas as combinações e as cabalas mais curiosas que podemos imaginar. Encontrou-se a frequência constante de determinadas palavras ao longo dos diferentes livros - feito misterioso, uma vez que os seus autores não sabiam que iam acabar por formar parte de um livro mais volumoso.
A Bíblia foi sujeita a todos os estudos que se possam fazer. Agora só falta que nos decidamos, com o mesmo afinco, a viver o que ela ensina e a crer o que nos promete.
Ariel Álvarez Valdés - Sacerdote argentino, biblista,

FONTE: Revista Bíblica, nº 290, págs. 13-16

A PORNOGRAFIA PROTESTANTE!!!!

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a postagem.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Papa abençoa participantes de encontro sobre Missa Tridentina

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Pergunta e resposta: a intercessão dos santos e os ídolos




O leitor Valfredo deixou-nos o seguinte comentário ao post "Pergunta e resposta: a Bíblia e a proibição de imagens":

"Padroeiros, os santos são considerados intercessores para os catolicos, então como dizer que vocês não acredita na divindade dos idolos.(?)"


Respondendo, Valfredo, precisamos dizer que você está fazendo uma "salada" muito confusa de termos e conceitos! Com todo o respeito, vamos tentar desfazer esses nós que se formaram aí na sua cabeça...

Primeiro, "santo" é um cristão que entregou sua vida a Deus e aderiu ao caminho de Cristo. A Bíblia fala inúmeras vezes dos santos:

"Santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o SENHOR vosso Deus." (Lv 20,7)

"Porquanto está escrito: 'Sede santos, porque eu sou Santo'." (1 Pd 1,16)

Diversos livros do Novo Testamento iniciam-se com a saudação "à Igreja dos santos...", e o próprio Senhor Jesus Cristo disse: "Sede santos como vosso Pai Celestial é santo" (Mt 5,48).

As Sagradas Escrituras referem-se também aos santos que estão no Céu, como podemos ver em Hebreus 12, 22 - 23:

“...Chegastes ao Monte Sião, à Cidade do Deus Vivo, à Jerusalém Celeste, e aos muitos milhares de anjos; à Assembleia Universal e Igreja dos Primogênitos que estão inscritos nos Céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados”. - A Bíblia Sagrada está afirmando, categoricamente, que os justos estão bem vivos e aperfeiçoados, no Céu, em Comunhão com Deus.

Em Apocalipse, 8,3, está escrito:

"E veio outro anjo, e pôs-se junto ao Altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o Altar de Ouro, que está diante do Trono."

Portanto, veja que não há nenhum sentido em dizer que "só Jesus é santo", como muitas vezes ouvimos da boca de algum irmão "evangélico". Isso é totalmente antibíblico. Jesus quer que o imitemos e sejamos também santos.


Entendido este ponto, em segundo lugar, quando uma comunidade da Igreja elege algum santo para ser o seu "padroeiro", quer dizer que elegeu aquele irmão em Cristo, que foi um modelo para a Igreja e que já está no Céu com Deus, para ser o seu especial intercessor. Quer dizer também que aquela comunidade o admira e busca seguir o seu exemplo de vida cristã. Só isso.

Também as primeiras comunidades da Igreja viam em Pedro e em Paulo grandes exemplos de santidade, e os elegeram como seus padroeiros, embora não se usasse essa expressão naquele tempo:

O livro dos Atos dos Apóstolos, conta:

"Deus fazia milagres não vulgares por mão de Paulo, de tal modo que até, sendo aplicados aos enfermos os lenços e aventais que tinham tocado seu corpo, não só saiam deles as doenças, mas também os espíritos malignos se retiravam." (At 19,11-12)

O mesmo livro dos Atos diz também que:

"Traziam os doentes para as ruas e punham-nos em leitos e enxergões, a fim de que, ao passar Pedro, cobrisse ao menos a sua sombra algum deles." (At 5,15)

Que grande fé na intercessão dos santos! No entanto, hoje os nossos irmãos protestantes nos chamam de "idólatras" por mantermos viva a mesma fé da Igreja dos primeiros tempos...

A questão da intercessão, é muito simples: quando você ora a Deus pedindo por algum irmão ou irmã, você está intercedendo a Deus por esse irmão ou por essa irmã. E a Escritura não nos exorta a intercedermos a Deus uns pelos outros?

Portanto, você já pode e deve tirar da sua cabeça, de uma vez por todas, essa ideia que o pastor incutiu de que os santos são "ídolos". Ídolo, no contexto bíblico, é uma imagem de um deus pagão. Os santos que os cristãos veneram são grandes servos de Cristo que estão no Céu. E eles não são "divinos", pois somente Deus possui Divindade. Se eu peço a Deus alguma graça para a sua vida, e essa graça é atendida, isso não quer dizer que eu seja "divino".

Para entender melhor, leia também este nosso outro artigo, que aborda o mesmo tema: Manual Bíblico Católico - 2 (clique para ler) .

Deus o abençoe lhe conceda a Luz!
Henrique Sebastião