segunda-feira, 5 de julho de 2010

CATECISMO - O QUE É O PECADO?

O Pecado
O pecado é uma ofensa a Deus?
O pecado é uma falta contra a razão, a verdade e a reta consciência. É uma falta ao amor verdadeiro que devemos a Deus, a nós mesmos e ao próximo, por causa de um apego perverso a certos bens que aparecem como atrativos por efeitos da tentação, mas que na verdade são daninhos para o homem. Por isso o Papa João Paulo II afirma que o pecado, sob a aparência de "bom" ou "agradável", é sempre um ato suicida.
É grande a variedade de pecados que são cometidos por egoísmo e por falta de visão sobrenatural.
Mas Deus misericordioso quer perdoar os pecados: "Acaso tenho eu prazer na morte do ímpio? - diz o Senhor Deus - Porventura não alcançará ele a vida se converter de seus maus caminhos?" (Ez 18,23).
O Evangelho nos repete este chamado à conversão, e Jesus durante sua vida perdoou muitas vezes aos pecadores e, além disso, deu seu poder divino aos Apóstolos e a seus sucessores para perdoar os pecados.
O que é o pecado?
O pecado é uma palavra, um pensamento, um ato, um desejo ou uma omissão contrários ao plano de felicidade que Deus tem para o homem.
O que é um pecado mortal?
Um pecado mortal é escolher deliberadamente, quer dizer, sabendo e querendo, uma coisa gravemente contrária à lei divina e ao fim último do homem.
Que conseqüências tem o pecado mortal?
O pecado mortal entranha a perda da caridade e a privação da graça santificante, quer dizer, do estado de graça. Sem o arrependimento do homem e o perdão de Deus, causa a morte eterna no inferno.
O que devemos fazer se tivemos a desgraça de cometer um pecado mortal?
Se tivemos a desgraça de cometer um pecado mortal, devemos pedir de coração perdão a Deus e nos reconciliarmos com Ele o quanto antes, fazendo uma boa confissão.
Que conseqüências tem a reiteração de pecados?
A reiteração de pecados, inclusive daqueles que são mortais, geram os vícios, entre os quais se distinguem os pecados capitais.


O que é o Pecado? (II)


O Catecismo começa dizendo que:

‘O pecado é uma falta contra a razão, à consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro, para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens’.

Jesus ensina que a raiz do pecado está no coração do homem:


 "Com efeito, é do coração que procedem a más inclinações, assassínios, adultérios, prostituições, roubos, falsos testemunhos e difamações. São estas coisas que tornam o homem impuro". (Mt 15, 19-20)

Segundo a sua gravidade, a Igreja classifica os pecados em veniais e mortais, seguindo a sua própria Tradição.
O pecado mortal leva o pecador a perder o "estado de graça", isto é, a "graça santificante". O Catecismo afirma que: "Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa à exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso." (§1861)
É bom notar que para haver o pecado mortal é preciso que a pessoa queira deliberadamente, isto é, sabendo e querendo, uma coisa gravemente contrária à lei de Deus e ao fim último do homem.
Portanto, para que haja pecado mortal deve haver pleno conhecimento e consentimento; e quem peca deve saber e deve ter consciência do caráter pecaminoso do acto a praticar, e de sua ofensa à Lei de Deus.

O Catecismo lembra que: "O pecado por malícia, por opção deliberada do mal, é o mais grave". (§ 1860) Acontece a malícia quando há uma intenção maldosa, uma "exploração do mal", por sagacidade, sátira, comércio, etc. É diferente o pecado daquele que sucumbiu por fraqueza, daquele que explorou o pecado. Por exemplo, é muito mais grave explorar a prostituição do que cair nela, eventualmente, por fraqueza, embora ambas as quedas sejam graves.

"A matéria grave é precisada pelos dez mandamentos segundo a resposta de Jesus ao jovem rico: 'Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe'. (Mc 10,19)" (CIC§ 1858)

Santo Afonso de Ligório, doutor da Moral, diz que o pecado mortal é aquele que se comete de "olhos abertos"; isto é, sem dúvidas do mal que se está praticando.
O pecado venial acontece quando não se observa a lei moral em matéria leve, ou então quando se desobedece à lei moral em matéria grave, sem perfeito conhecimento ou consentimento (cf. CIC §1862). Não nos torna contrários à vontade de Deus e à sua amizade; não quebra a comunhão com Ele, e portanto, não priva da graça de Deus e do céu. Contudo, não se deve descuidar dos pecados veniais, pois, eles enfraquecem a caridade, impede a alma de crescer na virtude, e, quando é aceito deliberadamente e fica sem arrependimento, leva a pessoa, pouco a pouco, ao pecado mortal.

Santo Agostinho lembra que "o acúmulo dos pequenos vícios traz consigo a desesperança da conversão". "O homem não pode enquanto está na carne, evitar todos os pecados, pelo menos os pecados leves. Mas esses pecados que chamamos leves, não os considerem insignificantes: se os consideras insignificantes ao pesá-los, treme ao contá-los. Um grande número de objetos leves faz uma grande massa; um grande número de gotas enche um rio; um grande número de grãos faz um montão. Qual é então a nossa esperança? Antes de tudo a confissão! ..." (Ep. Jo 1,6; CIC §1863)

Diante de nossos pecados, não adianta se desesperar ou desanimar; a única atitude correcta é enfrentá-los com boa disposição interior e com a graça de Deus. São Francisco de Sales, bispo e doutor da Igreja, dizia que não adianta ficar "pisando a própria alma", depois de ter caído no pecado.
Até mesmo os nossos pecados, aceitos com humildade, podem nos ajudar a crescer espiritualmente. Santo Afonso de Ligório dizia: "Mesmo os pecados cometidos podem concorrer para a nossa santificação na medida que a sua lembrança nos faz mais humildes, mais agradecidos às graças que Deus nos deu, depois de tantas ofensas".



Nenhum comentário:

Postar um comentário